Campo Grande (MS) – Dando continuidade às ações e diante dos últimos casos de raiva em Mato Grosso do Sul, três equipes que trabalham com o controle da doença na Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) realizaram nos últimos sessenta dias, atividades voltadas à prevenção e controle de ocorrência da enfermidade.
Segundo balanço apresentado pelo Fiscal Estadual Agropecuário, da Coordenação Estadual dos Programas, Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB), Fabio Shiroma de Araujo, desde 2014 a agência havia registrado uma redução nos focos.
2014 | 2015 | 2016 | 2017 | |
Focos |
21 | 09 | 08 | 24 |
Municípios | 08 | 07 | 05 | 10 |
Morcegos hematófagos capturados | 1.123 | 2.292 | 2.425 | 1.697 (até julho) |
Vistoria de abrigos e capturas | 457 | 471 | 549 | 257 (até julho) |
Herbívoros vacinados (bovinos e equinos) |
8.671.372 | 8.711.565 | 7.508.830 | 5.371.370 |
Trabalho realizado em 2017
Segundo Shiroma, este ano, membros da coordenação e da equipe de Nova Alvorada do Sul realizaram ações preventivas naquele município e em Rio Brilhante, às margens do rio Vacaria e seus afluentes, com vigilância em 21 propriedades rurais com sete abrigos vistoriados, tendo capturados e controlados 86 morcegos hematófagos.
Já a equipe da unidade Regional de Naviraí realizou ações preventivas nos municípios de Caarapó, Juti, Naviraí, Mundo Novo e Iguatemi, com vigilância em 22 propriedades rurais com 34 abrigos vistoriados, com a captura e controle de 225 morcegos hematófagos.
A equipe da regional de Três Lagoas e da regional de Nova Andradina realizaram ações de perifoco no município de Taquarussu, com vigilância em 34 propriedades rurais com 23 abrigos vistoriados. O resultado desse trabalho foi a captura e controle de 124 morcegos hematófagos.
E a equipe da regional de Amambai e de Nova Alvorada do Sul realizaram ações de perifoco nos municípios de Amambai e Aral Moreira, com vigilância em 98 propriedades rurais com 21 abrigos vistoriados, tendo capturados e controlados 103 morcegos hematófagos. Em especial nesta região, um alerta já foi feito aos responsáveis de propriedades rurais próximas ao rio Amambai e seus afluentes, através dos sindicatos rurais, pois dos 24 casos registrados 11 foram em Aral Moreira, três em Amambai e dois em Coronel Sapucaia.
Até agosto foram relatados a morte de aproximadamente 50 animais com sinais clínicos, e os técnicos não descartam o surgimento de novos casos, até que os animais estejam protegidos pela vacina.
A explicação para isso é que o período de incubação é relativamente longo (tempo que o animal foi exposto ao vírus até o aparecimento dos sinais clínicos) varia em média de 45 a 60 dias, e a resposta imunológica à vacinação inicia-se em média com sete a 10 dias. Por isso, é comum o aparecimento de animais que vieram a óbito mesmo tendo sido vacinado.
Além dessas ações, a coordenação do Programa de Controle da Raiva realizou intenso trabalho de esclarecimento ao conceder entrevistas a emissoras de rádios e jornais da região, e realizar palestra para 27 produtores rurais no sindicato rural de Amambai, tratando sobre a ocorrência da raiva na região e a ações para prevenção de novos casos.
A raiva
A raiva é uma enfermidade que acomete o Sistema Nervoso Central (SNC) dos mamíferos, inclusive o homem, e a letalidade é próxima a 100%.
No caso do produtor rural ter conhecimento de animais com sintomatologia nervosa e/ou presença de possíveis abrigos na região, a Iagro recomenda não manusear o animal e comunicar a unidade a Iagro mais próxima. Se alguém entrar em contato com animal com suspeita de raiva ou agredido por cães, gatos ou morcegos, procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência.
Kelly Ventorim – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)
Fotos: Divulgação