Ao participar do III Workshop da Rede Ater Leite, em Juiz de Fora (MG), a Agraer levou consigo não apenas relatórios e números, mas a vivência de quem tem ocupado um espaço de liderança cada vez mais reconhecido na extensão rural pública relacionada à pecuária leiteira. Representada pelo chefe do Setor de Ater, José Carlos Gasperoni, a instituição reforçou, ao longo de dois dias intensos de programação, o papel decisivo que Mato Grosso do Sul vem desempenhando dentro da Rede – construído com técnica, diálogo e, sobretudo, escuta dos produtores.
O encontro foi realizado nos dias 10 e 11 de dezembro na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora. Reuniu equipes de ATER de cinco estados, superintendências estaduais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e representantes on-line de outros 12 estados interessados em integrar a iniciativa.
A cada apresentação, ficava mais evidente que a Rede atravessa um momento de expansão e fortalecimento institucional raro, impulsionada pelo reconhecimento do MDA e pelo desejo dos estados de ampliarem sua atuação coletiva. O clima era de construção, quase como se todos compartilhassem a sensação de estarem diante de algo que ultrapassa um projeto técnico e se aproxima de um movimento nacional em defesa da agricultura familiar e da pecuária leiteira sustentável.
Nesse cenário vibrante, a participação da Agraer se destacou. Gasperoni apresentou os resultados de Mato Grosso do Sul com firmeza e propriedade, construindo uma narrativa que conectou as ações da Rede Ater Leite à consolidação do TecLeite MS, considerado hoje o principal evento da Agraer, sua vitrine técnica mais expressiva, o grande encontro anual que traduz na prática a missão institucional da Agência.
O TecLeite MS não é apenas uma agenda no calendário estadual: tornou-se um símbolo da capacidade do estado de promover discussões qualificadas, aproximar fornecedores, pesquisadores, técnicos e produtores, e transformar conhecimento em estratégias concretas para o desenvolvimento da cadeia do leite.
“Eu apresentei os resultados da Agraer, de forma geral em Mato Grosso do Sul, focado neste trabalho com a Rede Ater Leite, que gerou o TecLeite MS, que hoje é o evento consolidado de pecuária leiteira em Mato Grosso do Sul. Por meio da troca de experiências tivemos embasamento para fazer proposições na Câmara Setorial do Leite do nosso Estado, construir ideias aplicáveis à pecuária leiteira. A Agraer tomou protagonismo nas discussões estaduais relativas ao leite”, destacou Gasperoni, reforçando que essa força institucional nasce da escuta sensível das demandas dos produtores e da articulação técnica construída ao longo dos últimos anos.
Em sua fala, ficou claro que Mato Grosso do Sul tem sido referência não apenas pela realização do TecLeite, mas pelo posicionamento que conquistou dentro das discussões nacionais sobre políticas públicas para o leite. A contribuição da Agraer para o debate do workshop demonstrou maturidade técnica e alinhamento estratégico com a Embrapa e o MDA, reforçando que a Agência tem caminhado lado a lado com as grandes instituições responsáveis por formular os rumos da extensão rural pública no país.
Gasperoni também enfatizou que o Workshop da Rede Ater Leite não é apenas um espaço de alinhamento técnico, mas uma verdadeira imersão coletiva. “O Workshop da Rede Ater Leite é um espaço estratégico para alinhar as ações que realizamos em parceria com a Embrapa, fazer um balanço dos resultados e planejar o próximo ano com base nas demandas dos produtores e na disponibilidade de tecnologias. A Rede tem se destacado nacionalmente e o MDA tem reconhecido esse protagonismo, o que abre caminho para ampliar investimentos e fortalecer ainda mais a ATER pública em 2026”.
Durante as discussões, ficou evidente o quanto o trabalho realizado pela Agraer em Mato Grosso do Sul tem contribuído para inspirar outros estados. A menção frequente ao TecLeite MS, às metodologias de campo utilizadas pela equipe e ao protagonismo da Agência nas câmaras setoriais estaduais reforçou a percepção de que o estado tem avançado não só em produção técnica, mas também na capacidade de mobilizar pessoas, instituições e esforços coletivos.
A Rede Ater Leite, desde sua formação, tem se estruturado como uma ponte entre a pesquisa agropecuária e o campo, com foco em disseminar tecnologias, fomentar boas práticas e fortalecer a autonomia produtiva das famílias rurais. Hoje, após milhares de produtores e técnicos alcançados, dezenas de dias de campo realizados e uma série de unidades demonstrativas implantadas, ela se consolida como um ecossistema articulado, vivo, que aprende com o território e devolve ao território soluções aplicáveis e transformadoras.
Ficou claro que 2026 será um ano de grandes avanços. A entrada de mais sete empresas de ATER amplia o alcance da Rede e abre novas possibilidades de integração. A previsão de aumento de recursos pelo MDA fortalece a capacidade do projeto de expandir ações e consolidar novas parcerias com unidades descentralizadas da Embrapa. Mas, acima de tudo, ficou evidente que o protagonismo construído pela Agraer não é episódico: é fruto de um trabalho contínuo, consistente e enraizado na missão de promover desenvolvimento rural para quem mais precisa.
A participação de Mato Grosso do Sul no III Workshop da Rede Ater Leite reafirma que a Agraer é, hoje, uma das vozes mais atuantes na construção do futuro da pecuária leiteira familiar no país. Uma voz que inspira, que mobiliza e que segue contribuindo para transformar desafios em oportunidades, sempre com a convicção de que a extensão rural pública é um dos caminhos mais potentes para fortalecer o campo e as pessoas que vivem dele.
Texto: Maria Clara Espindola sob a supervisão do jornalista Ricardo Campos Jr./Agraer
Fotos: Divulgação