Alunos da Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, em Campo Grande, plantaram cultura e conhecimento na manhã desta terça-feira (26). Como parte das atividades da disciplina eletiva “Do cururu ao siriri”, que aborda aspectos da cultura sul-mato-grossense, eles aprenderam sobre três espécies nativas do Estado: erva-mate, guavira e cumbaru.
O engenheiro florestal Felipe das Neves, do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer), explicou aos alunos a importância da preservação destas espécies vegetais e falou sobre como elas influenciaram os costumes da população local.
“A guavira é, por lei, fruto símbolo de Mato Grosso do Sul*. O tereré, obtido a partir do processamento das folhas da erva-mate, é nosso patrimônio imaterial**. O baru é conhecido como a castanha do cerrado. É muito importante que os jovens saibam e levem isso adiante, compartilhem esse conhecimento com os demais estudantes e, em casa, com suas famílias”, afirmou o pesquisador.
Como parte das atividades, a Agraer doou para a escola mudas dessas três espécies vegetais, que foram plantadas pelos próprios estudantes. Ou seja, além do conhecimento teórico, também adquiriram conhecimentos básicos sobre transplantio.
“Dizem que todo ser humano, para ser completo, tem que plantar ao menos uma árvore na vida. Estes jovens podem dizer que já fizeram isso. Se eles e as próximas gerações da Escola Blanche cuidarem das mudinhas, talvez hoje eles tenham dado o primeiro passo para a implantação, no futuro, de uma pequena praça, à sobra dos barus”, pontuou o pesquisador engenheiro florestal.
Em meio à onda de calor pela qual passa o Estado, segundo Felipe, é importante levar esse conhecimento aos jovens, de que quanto mais árvores, melhor será o conforto térmico. “Quem dera todas as escolas pudessem ter uma área como essa, embora o que vemos são prédios com áreas permeáveis, mas poucas plantas que forneçam sombra”, completou.
* Lei 5.082/2017
** Decreto Legislativo 769/2023
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Agraer