Quando decidiu empreender e montar uma agroindústria em Aquidauana, Marta da Rosa Lopes fez questão de manter na Estância Chapecó o aconchego de uma pequena propriedade rural. Atualmente, ela consegue produzir até 1,2 mil queijos por mês e não abre mão do jeito simples de lidar com os negócios.
As vacas, por exemplo, são tratadas como se fossem da família e atendem ao serem chamadas pelo nome. A agricultora familiar também não recua quando precisa ir para a sala de ordenha ou fazer qualquer serviço necessário na ausência dos funcionários. Aos fins de semana e em período de férias, ainda recebe os netos.
Natural do Pantanal de Rio Negro, foi criada em Aquidauana. “Meu pai era apaixonado pelo leite e minha mãe, uma dona de casa exemplar, trabalhadora, batalhadora e inovadora. Quando chegaram à idade avançada, vim morar com eles na estância”, lembra.
Os queijos eram feitos artesanalmente e em pequena quantidade. Marta enxergou na atividade uma excelente oportunidade de dar mais qualidade de vida para a família e gerar renda. Foi então que entrou em cena o apoio do escritório da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural)/Semadesc.
A equipe liderada pela extensionista Simone Rodrigues Pereira Corrêa orientou os proprietários da Chapecó sobre as melhorias necessárias na estrutura da agroindústria e na obtenção do Simas (Serviço de Inspeção Municipal de Aquidauana Simplificado), necessário para a venda em mercados e estabelecimentos locais.
“Nossos desafios, no começo, eram todos. Até na genética dos animais. Meu pai tinha um gado bom, mas não eram muitos. Começamos a implementar uma melhora na pastagem, pois sem comida, não há boa produção de leite. Começamos a fazer cursos para nos aprimorarmos até que nosso produto começou a ficar conhecido”, conta a agricultora familiar.
A produção diária que girava entre cinco e seis queijos por dia saltou para 30 a 40. Além do meia cura e do queijo branco, Marta também faz creme de queijo e até doce de leite.
O perfil empreendedor vai além do gerenciamento da propriedade. Ela visita os estabelecimentos que vendem seus produtos e faz questão que estejam bem acondicionados, pois sabe que os consumidores estão levando para casa a marca da Estância Chapecó.
“Creio que eu tenha herdado isso da minha mãe. Ela não tinha muito estudo, mas era uma mulher para frente. Gostava de inventar, inovar, fazer coisas novas. Nós fomos criados assim, para correr atrás das coisas e graças a Deus ela foi muito importante nisso”, diz a agricultora familiar.
Marta enxerga um futuro “cinematográfico” para a estância. Os filhos ajudando ativamente e, quem sabe, até mesmo os netos.
“Eu vejo a Chapecó toda formada, com prosperidade. Meus parceiros crescendo conosco. Um lugar muito próspero, mas acima de tudo com calor humano, com aconchego. As pessoas têm prazer em vir até aqui. Isso é herança dos meus pais e não quero deixar acabar”, completa a agricultora familiar.
Ricardo Campos Jr. – Comunicação da Agraer
Fotos: Fládima Christofari – Comunicação da Agraer