Voltada aos agricultores familiares, o Dia de Campo da Goiaba atraiu 128 pessoas ao pomar do Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer), em Campo Grande. Com público inicialmente estimado em torno de 90 pessoas, o evento “superou as nossas expectativas. Foi um sucesso”, diz o coordenador de Transferência de Tecnologia Edimilson Volpe.
Os participantes inicialmente foram divididos em três grupos que fizeram rodízio entre as tendas, cada uma sobre um tema diferente relacionado à cultura da goiaba.
Na primeira delas, o engenheiro agrônomo Antonino Hipolyto falou sobre as duas principais pragas nesse tipo de cultivo. O primeiro deles é chamado gorgulho, inseto que raspa a superfície das frutas e deposita seus ovos, que mais tarde viram larvas que se alimentam da polpa. O outro é o psilídeo, que coloniza a planta a partir das folhas liberando toxinas nocivas ao desenvolvimento.
Segundo ele, o controle deve ser feito pelo monitoramento de uma porcentagem das plantas para observar os sintomas da infecção, seguido do ensacamento das frutas novas com embalagens parafinadas.
No caso específico do psilídeo, há a possibilidade de usar inimigos naturais do inseto, como aranhas e joaninhas, embora o mais comum seja o uso de defensivos específicos. Na ocasião, os servidores da Agraer demonstraram como é feita a aspersão com diferentes tipos de equipamentos.
Promissor
O engenheiro agrônomo André Paes de Barros falou aos participantes sobre as diferenças entre as variedades de goiabas disponíveis no mercado em termos de tamanho, produtividade e uso, já que algumas delas servem para mesa, outras são utilizadas em agroindústrias e há ainda aquelas que atendem ambas as necessidades.
Ele também falou de uma doença capaz de dizimar pomares causada pelo nematoide, apresentando como alternativa um porta-enxerto resistente contra a praga, o BRS Guaraçá, desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
“Há compatibilidade com grande parte das variedades comerciais de goiabeira, tais como Paluma, Suprema, Pedro Sato, Rica, Século XXI e as do grupo Cortibel”, pontua.
Ao vivo e a cores
Na terceira tenda, o auxiliar de pesquisa Abel Reis Bittencourt deu um show com uma aula prática sobre várias técnicas usadas no cultivo da goiabeira. Primeiramente, ele mostrou abertas sobre uma mesa as frutas das variedades comentadas anteriormente pelos colegas extensionistas. Assim, os participantes puderam comparar as polpas, quantidades de sementes e as cores dos frutos.
Em seguida, ele mostrou como fazer as podas necessárias para que planta cresça no tamanho e direção correta para favorecer a produtividade, bem como os cortes dos ramos necessários para aumentar a quantidade de frutos.
Os agricultores familiares também viram como fazer o ensacamento necessário ao controle das pragas e, por fim, aprenderam a técnica de alporquia para produzir mudas a partir de plantas que apresentem boa produtividade.
Plantar, Colher, Vender
Depois de aprenderem nas tendas, os participantes acompanharam uma mesa redonda que contou com o produtor de goiabas Antônio César Chiquito compartilhando suas experiências e com Fernando Begena, diretor de Abastecimento e Mercado da Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), que falou do potencial econômico da fruta para obter lucro.
Ficou claro, após todas as explanações, que a fruta é interessantíssima para diversificar a produção da agricultura familiar e gerar renda para as famílias donas de pequenas propriedades rurais.
O evento foi encerrado com o almoço e sequer a chuva foi capaz de atrapalhar o sucesso de mais uma iniciativa da Agraer/Semadesc.
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Comunicação da Agraer
Foto de capa: Néia Maceno – Comunicação da Agraer
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva