No dia 3 de agosto, o agricultor familiar Ademar Jerônimo de Oliveira completou 25 anos de trabalho e luta em seu pedacinho de chão. Aos poucos, a vida simples no campo ganha algumas comodidades para amenizar o esforço que acompanha o avançar da idade. Graças ao Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar), ele comprou um trator para ajudá-lo a trabalhar o pasto do seu pequeno rebanho leiteiro.
A propriedade dele fica em Nova Alvorada do Sul. O projeto para obtenção do crédito foi elaborado pelos extensionistas do escritório local da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
“Nós só temos mesmo nosso gadinho para tirar leite e produzir queijo. Aí temos o capim para fazer a forragem para os animais, coisa simples mesmo. Eu aprendi a trabalhar com a terra com meu pai, desde guri. Já trabalhei de chimbo, de diarista, empreiteiro, mensalista, tomei conta de fazendas e em 1998 nós fomos assentados. Agora estou aqui no meu barraco em meio ao cerrado. Lutamos muito para chegarmos onde estamos hoje”, lembra o pequeno produtor.
O maquinário adquirido com recursos provenientes do Plano Safra custou R$ 95 mil, que serão pagos com vantagens, como carência e rebate. Ademar sabe bem como funciona o Pronaf, pois não foi a primeira vez que acessou o crédito da agricultura familiar.
“Já obtive recursos para reforma de pasto, para fazer um barracão para o curral e teve um investimento que fizemos para a compra de novilhas”, conta Ademar.
Fortalecimento
O Governo Federal liberou R$ 400 milhões em recursos do Plano Safra para Mato Grosso do Sul. Parte deste montante é repassado diretamente aos agricultores familiares em financiamentos do Pronaf. A novidade para 2023 é que, pela primeira vez na história, indígenas e quilombolas também podem ter acesso aos empréstimos.
Mato Grosso do Sul conseguiu, inclusive, aprovar o primeiro projeto do Programa para um indígena em todo o país, o terena Oto Pauferro, da Aldeia Brejão, em Nioaque.
Agricultores familiares interessados em acessar o crédito podem procurar um dos escritórios da Agraer e solicitar aos extensionistas que os ajudem com a documentação e elaboração dos projetos, que posteriormente são enviados para aprovação no Banco do Brasil.
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Agraer