Campo Grande (MS) – A recepção da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), na manhã desta quinta-feira (23), foi tomada pelo agradável aroma de verduras e de ervas aromáticas, a exemplo da refrescante fragrância da hortelã e do inconfundível cheiro verde. A agradável invasão foi promovida em detrimento da feirinha de produtos orgânicos organizada juntamente com a palestra sobre cultivo de alimentos e riscos da utilização de agrotóxicos para a saúde humana.
O refeitório da Agraer foi transformado em um auditório improvisado para servidores da Agraer e Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) assistirem a uma palestra ministrada por Flávia Luíza Lopes, farmacêutica da Civitox. O encontro contou com a presença do superintendente da Semagro, Rogério Beretta e a diretora-executiva da Agraer, Gisele Farias.
No desenrolar da palestra a feirinha dava boas vindas ao público que teve a oportunidade comprar alimentos frescos e saudáveis do agricultor familiar Vanderlei Azambuja, presidente da Organocoop – Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande. “Fui convidado para comercializar os alimentos aqui enquanto acontece a palestra. É uma forma de mostrar o trabalho da gente. Tem muitas pessoas que acham que alimento orgânico é caro, mas isso não é verdade. Se comprado direto do agricultor familiar pode ser até mais barato”, afirmou.
Com movimento intenso a barraquinha tinha exposta uma cartela variada de alimentos, tais como: beterraba com folha, cenoura com folha, rabanete, limão, abóbora moranga, melancia, couve, hortelã, alface, cheiro verde, alho poró, cebola, abacaxi, maxixe, entre outros.
Já a palestra abordou os riscos da utilização dos agrotóxicos tanto para a saúde do consumidor como para a do agricultor, além dos danos causados ao meio ambiente com a contaminação do solo, animais domésticos e de criação, e da água. “Os alimentos orgânicos são produtos que se isentam de agrotóxicos e considerados mais saudáveis para o consumo humano. Contudo, é importante que estejamos cientes da procedência desses alimentos”, pontuou a palestrante.
Flávia Luíza alertou também dos riscos dos agrotóxicos para crianças e gestantes no ambiente rural, além de enfatizar o alto risco cancerígeno dos agrotóxicos e a necessidade de descarte correto das embalagens de produtos deste porte. “Pesticidas e inseticidas vão eliminar quem? Quem está incomodando. Mas, é preciso estar alerta ao alto índice de usos de agrotóxicos em nosso País”, alerta.
Atualmente, Mato Grosso do Sul está entre os estados que faz maior uso de agrotóxicos ao lado de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás e Paraná. Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Brasil, desde 2009 está entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, respondendo sozinho por 86% do uso desses produtos em toda América Latina. Isso gera consequências, uma delas é o aumento de doenças como o câncer em produtores rurais e consumidores.
Organocoop
Com certificação, atualmente, a cooperativa conta com 53 associados, em Campo Grande, que produzem os mais diversos tipos de alimentos, tais como: cenoura, alface, salsa, abobora cabotiã, acerola, tomate cereja, quiabo, jiló, banana, cebolinha, beterraba, pimentão, etc.
Boa parte dos agricultores familiares contam os serviços da Agraer em Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Muitos dos associados da Organocoop comercializam os seus produtos em feirinhas de orgânicos da Capital, como a Feira do Shopping Bosque dos Ipês, a Feira da Praça do Rádio Clube e a que é organizada nas dependências da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer