Representantes de todas as comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul se reuniram no Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer), no último sábado (15), para apresentar pautas e reivindicações durante uma conferência. A exemplo do que foi realizado com representantes de assentamentos e agricultores tradicionais, o objetivo do evento foi ouvir os pequenos produtores rurais e encaminhar as principais demandas ao Poder Executivo.
Os eventos são organizados pela Seaf (Secretaria Executiva da Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) com apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
Compareceram ao evento 70 pessoas. Entre elas, o titular da Seaf, Humberto de Mello; a coordenadora de pesquisa da Agraer, Ana Ajalla, representando o diretor-presidente Washington Willeman; a coordenadora geral do escritório estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Marina Ricardo Viana; o superintendente do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) no Estado, Paulo Roberto da Silva; o deputado estadual Zeca do PT; Adriane da Silva Soares, Presidente do Instituto Sociocultural Dandara; Antônio Borges (Borginho), da Conerq (Coordenação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Estado); e a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte.
“Enquanto representante dessa instituição, gostaria de dizer que é uma honra para nós recebe-los. Para nós é extremamente importante. Sabemos o quanto isso significa para o nosso centro de pesquisa sediar essa conferência”, disse Ana Ajalla.
Já Humberto explicou que “é importante que vocês percebam que o dia de hoje traça os rumos daquilo que vocês precisam e podem ter no orçamento público em termos do atendimento das demandas que vocês estão colocando para nós. Vamos organizar o que será a participação de vocês no orçamento de 2024 a 2027”.
O representante da Conerq, Borginho, disse que “é importante levantar a demanda, mas o mais importante é fazê-la, porque se não fizer não adianta levantar a demanda. O dirigente que está lá na comunidade quilombola vai e pergunta para o seu povo o que eles precisam e a partir daquele momento gera a expectativa”.
“É muito bonito nós trazermos todos nós aqui pra podermos discutir o que nós queremos. Eu sou de Furnas de Boa Sorte, mas aqui tem um pedacinho de cada quilombo. Não queremos ser estatísticas, não queremos estar no papel com nossos pedidos, queremos vê-los serem implementados por meio de políticas públicas”, disse Adriane, do Instituto Dandara.
Por sua vez, a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, afirmou que “estamos aqui pra existir, pra resistir e persistir nas nossas lutas. Desde que assumimos a subsecretaria estamos visitando todas as comunidades e as demandas são muito parecidas, a principal delas é a titulação da terra. Estamos procurando estar cada vez mais nas comunidades para que a pauta da população negra, da população quilombola, tenha cada vez mais visibilidade dentro do governo”.
Como resultado das conferências, será elaborado um documento com todas as pautas para se apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Comunicação da Agraer