Campo Grande (MS) – O município de Novo Horizonte do Sul está em estado de alerta com problemas de erosões que vem se agravando devido as chuvas típicas deste período do ano. Só no último mês, novembro, em um único dia choveu 150 mm em apenas três horas, fato que agravou ainda mais a proporção das voçorocas que há décadas se instalou na região. Diante desse cenário alarmante que, nesta terça-feira (19), foi promovida uma reunião entre membros do governo do Estado, prefeitura da cidade, Ibama e a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), no gabinete da Agraer – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural.
Pela reunião ficou acertada que será feita uma força tarefa via profissionais da Agraer e Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) para que seja elaborado um projeto, em caráter emergencial, ainda esta semana.
O documento será entregue ao prefeito de Novo Horizonte do Sul, Marcílio Álvaro Benedito. “Há um tempo venho conversando com a Agraer e Semagro. A proposta é que o projeto fique pronto até o final desta semana, e depois do Natal, terça ou quarta-feira da próxima semana, eu devo ir a Brasília procurar a Casa Civil e outras instituições do governo federal. Inclusive, a superintendência do Ibama e a Semagro ficaram de ajudar nessa conversação”, afirmou o prefeito.
Estima-se que seja necessário entre R$ 5 ou 7 milhões para solucionar os problemas com as voçorocas. Atualmente, só o município de Novo Horizonte do Sul conta com 15 voçorocas que vem aumentando gradativamente ao passar dos anos.
“Há profissionais da Agraer que já estão a par da realidade das propriedades rurais. O que o nosso trabalho precisa levar em consideração é o período em que nós estamos, dezembro e janeiro, seja pelas chuvas como pela nossa capacidade de produção haja vista a dificuldade que se tem para captar recursos nesta época. Contudo, estamos à disposição e o projeto será elaborado”, afirmou o diretor-presidente da Agraer, André Nogueira.
Na reunião, o prefeito fez questão de mostrar slides com fotos técnicas das principais erosões dos córregos Figueira e Santa Rosa. “A maior delas que fica no trecho da Linha da Amizade, no córrego Figueira, apresenta 35 metros de largura, 6 metros de profundidade e uma extensão de dois quilômetros de comprimento. Só naquela região há 40 famílias agrícolas. Para se ter uma ideia uma viagem do campo até a cidade que você percorria 3,5 km, agora, é preciso 20km”, destacou o prefeito.
A princípio as autoridades calculam que sejam necessários 6.720 km de trabalho só em curva de nível. “O Município e o Estado já publicaram decretos emergenciais e se sabe que a União já homologou. Com isso, o caminho que se vê e a Casa Civil, em Brasília, e depois o Ministério da Integração e o do Meio Ambiente. Não vejo problema do governador ir pedir auxílio, mas antes é preciso estar atentos aos prazos visto que a próxima segunda-feira é Natal”, enfatizou o secretário da Semagro, Jaime Verruck.
Ao longo da reunião, Verruck ouviu os profissionais da Agraer e Semagro e das entidades envolvidas a fim de avaliar os melhores caminhos a serem tomados. “Sabemos que grande parte das erosões é consequência de problemas ambientais. Considerando o período de chuvas, a nossa preocupação é não intervir diretamente na erosão, mas muito dessas questões de erosão decorre de problemas ambientais. Ou porque não tem área de preservação permanente, não tem estrada adequadamente preservada. Portanto, não adianta intervir diretamente na erosão, mas interferir antes dela. Entretanto, é primordial levantar recursos”, considerou.
A atenção em torno dos custos é tão significativa que há parcerias com fortes instituições ligadas a obras e estudos, tais como: Agesul, Superintendência do Ibama de MS, a Ong Instituto Mais Opção, situada no município de Selvíria, Oper Experience – Empresa de Geotecnia Ambiental e Recuperação de Áreas Degradas e a Unesp.
“Viemos aqui para aproximar as instituições a fim de somar conhecimento técnico. Queremos reduzir os custos do projeto de forma que se possam tirar soluções conjuntas emergenciais e de longo prazo”, finalizou o professor doutor Hélio Ricardo da Silva, na área de Geotecnologia da Unesp, Campus de Ilha Solteira (SP).
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer