Com apoio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), parte dos alimentos produzidos em uma área arrendada do projeto Esquadrão da Vida, em Campo Grande, passará a ser vendida nas Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa).
“A partir de janeiro, além de alface, vou começar a colher berinjela, pimentão, abóbora cabotiá, abóbora paulista, couve e também rúcula. Dessa forma, a parceria com a Agraer/Ceasa será muito importante para gerar renda”, afirma Márcio Oliveira Miranda, 66 anos.
Segundo ele, 30% dos produtos são entregues ao Esquadrão da Vida, comunidade terapêutica sem fins lucrativos que presta serviços de interesse social a pessoas com transtornos decorrentes do uso e abuso de substâncias álcool e drogas.
A unidade onde está instalada a horta fica na Chácara dos Poderes. O agricultor familiar está produzindo há oito meses no local e tem recebido assistência técnica do escritório municipal da Agraer na Capital.
“Desde novembro eu tenho sido acompanhado. É muito bom, porque eles [extensionistas] nos ensinam técnicas atualizadas de plantio. À medida que nós vamos nos informando a respeito delas, deixamos de lado alguns procedimentos arcaicos que às vezes nos impediam de obter bons resultados. Por exemplo, eu estava trabalhando com espaçamento de 25 centímetros entre os pés de alface. Com a orientação eu pulei para 33 centímetros e passei a colher folhas maiores e de melhor qualidade”, relata Márcio.
A ideia de usar o espaço do Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), na Ceasa, foi dada inclusive durante uma das visitas na propriedade do produtor.
“O principal ponto de comercialização hoje, em Campo grande, está na Ceasa. É muito melhor poder escoar a produção toda em apenas um lugar do que ficar peregrinando de supermercado em supermercado”, opina.
História
Márcio hoje é considerado agricultor familiar por trabalhar em uma área considerada pequena, com menos de quatro módulos fiscais. Porém, no passado ele já foi um grande produtor de hortaliças.
“Durante 18 anos eu ocupava vários hectares de terra na região de bonito no plantio. Foi então que houve uma quebra generalizada no setor e eu fui severamente atingido. Foi então que eu decidi que era melhor trabalhar em cima do que se pode alcançar e lidar”, relata.
Márcio então arrendou uma área na sede do Esquadrão da Vida em Batayporã. No local, ele implementou a horta inclusive com sistema de hidroponia para algumas folhosas. Porém, decidiu deixar o município do interior para morar na Capital. A plantação ficou aos cuidados dos internos e funcionários do projeto, que inclusive também recebem assistência técnica do escritório local da Agraer.
Em Campo Grande, Márcio completa um ano dia 28 de dezembro. “Agora pretendo ficar por aqui mesmo”, completa.
Texto: Ricardo Campos Jr. – Assessoria de Comunicação Social da Agraer
Fotos: Márcio Oliveira Miranda
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva