Uma a uma, mudas espinhosas de aparência frágil colorem de verde a terra vermelha do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer). Os 200 pequenos pés de pitaia transplantados para o campo nesta terça-feira (28) fazem parte de um estudo sobre o comportamento vegetativo dessa espécie. Por isso, muito além de frutas, elas vão produzir conhecimento.
A pesquisa é realizada pela engenheira agrônoma doutora em Agronomia Aline Mohamud Abrão Cezar e foi apoiada pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).
Pouco se sabe a respeito do comportamento da pitaia quando plantada em Mato Grosso do Sul, ao passo que a fruta exótica tem chamado a atenção dos agricultores familiares.
Aline investigará o comportamento de cinco genótipos diferentes. Em uma primeira fase do projeto, ela preparou as mudas, que foram colocadas em sacos até atingirem a altura de transplante para o solo.
Os preparativos para esta segunda fase começaram há alguns dias com a fixação dos postes de madeira com dois metros e meio de altura que vão dar sustentação para as plantas. Cada um deles comporta dois pés de pitaia, plantados em linha.
Conforme os vegetais crescem, são amarrados com barbante até passarem alguns centímetros do topo dos condutores. Em seguida, são podados para que seja formada uma copa.
“Estou acompanhando cada fase do crescimento. O objetivo é anotar os marcos mais importantes, como tempo que cada um dos genótipos levou para chegar ao topo do poste, florescimento, etc. Eu pretendo falar aos agricultores familiares como que a pitaia se comporta em condições semelhantes às do Cepaer”, pontua.
Todo esse conhecimento será compartilhado em momento oportuno por meio de dias de campo, por exemplo. Assim, a fruta exótica ainda incomum entre os pequenos produtores pode ser, futuramente, uma excelente opção para diversificar a produção e gerar renda, já que o cultivo pode ser conduzido sem a ajuda de maquinários.
Aline destaca que não estará sozinha nessa empreitada. Ela tem como parceiras as engenheiras agrônomas Adriana de Castro Correia UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e Regiani Aparecida Alexandre Ohland Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).
Os genótipos analisados têm características diferentes entre si. A BRS Granada do Cerrado é um dos objetos do estudo. Desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ela tem coloração vermelha e polpa roxa.
Já a BRS Minipitaia do Cerrado (também da Embrapa) é pequena, tem espinhos, cor vermelha e polpa branca. Aline também estudará a pitaia branca comum, a Roxa do Pará e a baby, que é vermelho rubi com espinhos e polpa branca.
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Comunicação da Agraer
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva