Drinks à base de plantas e abelhas nativas sem ferrão atraíram centenas de pessoas ao estande da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) no Pantanal Tech. O evento foi realizado pela Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e pelo Governo do Estado, por intermédio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e seus órgãos vinculados.
O órgão oficial de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) pública de Mato Grosso do Sul, além do espaço institucional, também ajudou a mobilizar 240 agricultores familiares para o evento, que viajaram de assentamentos vizinhos em caravanas.
A feira proporcionou no seu eixo estratégico o desenvolvimento sustentável do Pantanal, que abrange agricultura familiar, agroindústria, agronegócio, agropecuária sustentável, economia criativa, empreendedorismo, geração de renda, inclusão produtiva, inovação, sustentabilidade e turismo.
No contexto do bioma, foram apresentadas oportunidades e desafios da Rota Bioceânica, além de buscar incluir o Pantanal na temática da COP 30, observados os desafios da Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).
Melíponas
Quem passava pelo estande logo ficava encantado com o trabalho da extensionista Jovelina Oliveira, zootecnista do Escritório Regional de Campo Grande, responsável por divulgar os benefícios da criação racional de abelhas nativas sem ferrão. Além de inofensivas, elas ainda produzem mel, própolis e pólen.
Além dos benefícios ambientais, elas ainda podem ser criadas como pets ou fonte de renda, já que além da comercialização de enxames, seus produtos podem ser usados para fins medicinais ou até mesmo na fabricação de cosméticos.
“No campo, o trabalho de polinização prestado pelas abelhas ainda pode garantir, como por exemplo na cultura do morango, frutos maiores e mais doces”, explica Jovelina.
Bebidas Diferenciadas
Flávio de Oliveira, pesquisador da Agraer em Dourados, também esteve no Pantanal Tech para mostrar o potencial de certas plantas na fabricação de drinks. Conhecidas como Pancs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), elas rendem deliciosas bebidas alcoólicas e não alcoólicas.
A explicação era acompanhada pela degustação dos produtos (apenas para maiores de 18 anos).
“Meu objetivo aqui é mostrar outros usos para essas PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais. Aqui no estande eu estou fazendo a demonstração com drinks, com uso para o lazer, mas trouxe também amostras de esfoliantes, sabonetes, temperos completos”, explica.
Segundo ele, é possível usar desde flores comumente encontradas pela cidade, como o hibisco, até mesmo espécies nativas, com a guavira, nos preparos.
“Muitas pessoas questionaram se o álcool prejudicava a ação medicinal das plantas, mas na verdade, ele ajuda a extrair o princípio ativo. Alcoolaturas e tinturas com essas espécies vegetais podem ser feitas tanto por temperatura, no caso dos chás, ou com álcool”, explica.
Texto: Ricardo Campos Jr. – Agraer
Fotos: Aline Lira, Agraer