Campo Grande (MS) – Com a entrega de certificados e a degustação de produtos, oficina de derivados do leite encerrou as atividades com a primeira turma, 10 alunos no total. O curso foi ministrado na sexta-feira (31) e sábado (1º), na cozinha montada dentro do pavilhão do governo do Estado.
Na tarde de sábado (1º), visitantes que passaram pelo local tiveram a oportunidade de degustar as delícias preparadas pelos alunos, agricultores e agricultoras, dos assentamentos Estrela Campo Grande e Estrela Jaraguari e de trabalhadores rurais que vivem nas imediações da Capital. “Hoje a maioria dos assentamentos produzem leite e 90% fazem queijos. Mas, os produtores fazem o que eles chamam de ‘queijo caipira’. Nossa função aqui é ensinar algumas técnicas, incluindo a pasteurização. Muitos produtores não pasteurizam o leite, porque demora ou porque aumenta nos custos com o gás de cozinha”, explicou uma das instrutoras do curso Maria Elieuza Viana, assistente social da Agraer.
As aulas são ministradas gratuitamente para os pequenos produtores, uma ação significativa para quem precisa produzir muito com pouco, como é o caso do produtor Pedro Paulo Dias, do assentamento Estrela Campo Grande. “Um curso desse não sairia por menos de R$ 150,00. Acho que pode chegar até uns R$ 300,00”, contabilizou.
“Encaminhamos os produtores para uma profissionalização. Repassamos as boas práticas de higienização e o aproveitamento de derivados do queijo, como o soro que muitas das vezes é descartado. Com ele se pode fazer o achocolatado, e a ricota. A partir da ricota é possível fazer o requeijão cremoso”, disse Maria Elieuza.
O produtor Pedro Paulo acredita que a partir do curso poderá agregar valor ao produto e consequentemente rever os valores. “Ordenho uma média de 25 litros de leite por dia, o que consigo fazer uma peça de queijo de 1,5 kg. Eu faço o que chamo de ‘queijo caipirão’ e vendo a peça por R$ 28,00. Com o mesmo leite tirado eu posso fazer cinco peças menores, do tipo queijo minas, e vender por R$ 15,00”.
E se a degustação era a prova final para atestar o aprendizado dos produtores, a turma foi aprovada com louvor. Ao menos, é o que garante uma das visitantes do estande, a professora Maria Antônia Munhoz. “Vim com meu filho, sogra e netos para a exposição. A gente visitou os espaços com os animais e aproveitou para ver os produtos aqui. Mas, não imaginava que ia ter tanta coisa boa. Esta tudo saboroso e a mesa encanta com tanta fartura. Lembra as casas de fazenda do meu tempo de infância”.
O curso tem a duração de 16 horas/aula. Uma nova turma será montada para a próxima quinta (6) e sexta-feira (7).
Agenda – Uma das maiores exposições do Estado, a 79ª edição da feira acontece até o próximo domingo, 09 de abril, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande. Na programação, uma extensa agenda de leilões, competições e palestras técnicas, além de shows e oportunidades facilitadas de negócios.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Agraer