Estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que o empoderamento da mulher do campo pode representar um aumento de quase um terço na produção agrícola. Responsáveis por mais de 40% da produção de alimentos no Brasil e nos países em desenvolvimento, 90% do que as mulheres rurais lucram são reinvestidos em educação e no bem-estar da família. Elas são cerca de 14 milhões no campo, nas lavouras, comunidades quilombolas e indígenas, nas reservas extrativistas, muitas delas protagonistas da agricultura familiar no Brasil.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a igualdade na tomada de decisões entre homens e mulheres é a base necessária para a igualdade de gênero. A FAO constatou que quando as mulheres rurais têm acesso igual ao dos homens a recursos, oportunidades, serviços e educação, a produção agrícola cresce consideravelmente, além de uma significativa redução de pessoas abaixo da linha de pobreza.
45% da produção agrícola é plantada e colhida pelas mãos femininas. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, 12,68% dos estabelecimentos rurais têm mulheres como responsáveis, bem como 16% dos estabelecimentos da agricultura familiar. Na realidade dessas mulheres, protagonistas do desenvolvimento rural, ainda há muito preconceito com a desigualdade de gênero e com tantos outros problemas que herdaram da vida. Elas trabalham cerca de 12 horas semanais a mais do que os homens e, geralmente, não são as donas da terra. Apenas um quinto delas tem o comando da sua produção.
De acordo com a 7ª edição da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural da ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio), as mulheres têm tido um papel cada vez mais importante no crescimento da produção de alimentos.
O agronegócio brasileiro representa 23% do Produto Interno Bruto Nacional. Esse resultado foi alcançando com o trabalho de muitos brasileiros, não só do gênero masculino.
Segundo a pesquisa, que ouviu 2.835 agricultores e produtores de animais de 15 estados de todas as regiões do país, a presença da mulher em funções de decisão nos empreendimentos rurais apresentou salto impressionante nos últimos quatro anos, triplicando sua importância na gestão da atividade rural de 10% para 31%. Ou seja: quase um terço das propriedades tem mulheres no gerenciamento.
Apesar de ser uma atividade historicamente masculina, as mulheres estão conquistando cada vez mais seu lugar na produção de alimentos – em propriedades de todos os tamanhos, inclusive as de grande porte. A pesquisa Hábitos do Produtor Rural ABMRA também mostra que 49% dos entrevistados consideram a participação da mulher nas decisões tão importante quanto a do homem.
A ideia de que certas profissões são “para homem” está mudando aos poucos, inclusive no campo, e quem sai ganhando com essa transformação é o país como um todo.
Conheça políticas públicas para mulheres rurais no Brasil:
Ascom Asbraer com dados do MDA e MDS