A técnica da hidroponia é bastante disseminada dentro do cultivo de hortaliças e algumas flores e frutas. Contudo, nas demandas agrícolas a hidroponia também pode muito útil. É o caso do cultivo hidropônico de plantas ou grãos que possam ser usadas na suplementação alimentar do gado leiteiro e de corte.
Campo Grande (MS) – Atender as necessidades alimentares dos animais, garantir a produção de leite abundante sem encarecer os custos de produção e o comprometimento da renda da família agrícola estão entre os principais desafios da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) no que tange a produtividade leiteira dentro da agricultura familiar do Estado.
Uma solução economicamente viável para disseminar entre os agricultores pela Agraer é o cultivo de milho hidropônico, já que o resultado é rápido e o fornecimento de volumoso de qualidade, com alto valor energético e proteico para alimentação animal é algo garantido.
No assentamento Santa Mônica, em Terenos, o sítio do agricultor familiar Álvaro de Souza é um que adotou a medida com o apoio da Agraer e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). “A decisão de adotar o milho hidropônico foi válida para enfrentar a estiagem porque o custo benefício compensa. É um jeito de evitar que meus animais sofram com a pouca oferta de alimentos e, também, com a diminuição na produção de leite”, afirmou o agricultor.
“Considerando o alongamento do período de estiagem, o término das reservas de alimentos, carpineira e silagem, existentes nas propriedades, o milho hidropônico é uma alternativa de suplementação volumosa de baixo custo e fácil obtenção para a agricultura familiar”, justificou o zootecnista da Agraer, José Carlos Gasperoni.
O sítio do agricultor Álvaro é o primeiro da parceria Agraer e Senar no que implica assistência técnica e gerencial dos agricultores familiares do Estado. “Seja nessa unidade demonstrativa montada dentro da propriedade, no assentamento Santa Mônica, seja em outro local, o fato é que a forragem hidropônica de milho tem um ciclo de produção vegetativa de aproximadamente 14 dias do plantio até a colheita, podendo ser fornecida fresca aos animais até 28 dias, sem comprometer a qualidade nutricional”, explicou o zooctenista do Senar, Nivaldo Passos, um dos palestrantes no dia de campo na propriedade.
Após os 14 dias, o milho hidropônico já pode ser colhido, enrolado como se fosse um tapete, processado na forrageira, para homogeneizar, e, em seguida, misturar a outros produtos, como o farelo de trigo ou soja, por exemplo, ficando, assim, pronto para ser fornecido aos animais.
Em 1m² é possível produzir de 25 a 30kg de forragem. O dimensionamento da área de plantio é feito com base na quantidade de animais a serem alimentados e a quantidade de dias de fornecimento do produto no cocho do rebanho. “Com o alongamento do período de estiagem e a concentração da parição das matrizes bovinas neste período faz-se necessário o aporte de alimentos de melhor qualidade digestiva e nutricional para esta época”, disse a engenheira agrônoma da Agraer, Maria Cleonice dos Santos.
O milho hidropônico é altamente palatável e atende às necessidades de manutenção do gado leiteiro e de corte, assim como também pode ser utilizado na complementação alimentar de outros animais, tais como: aves, equinos, suínos, peixes, ovinos e caprinos.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Agraer – Assessoria de Comunicação da Agraer