Campo Grande (MS) – Na última semana, no dia 21 de fevereiro, nas dependências da Câmara Municipal de Deodápolis, foi realizada a reunião com produtores da Chamada Pública da Sustentabilidade e do Leite para entrega de 35 sacos de milho da variedade Bandeirante. O grupo, ainda, recebeu orientações sobre as duas variedades de capins BRS Kurumi e Capiaçú desenvolvidas pela Embrapa.
Com a palavra, A presidente dos Feirantes de Deodápolis, Clarice de Souza, ressalta a importância da Agraer na produção de alimentos no município. “Sem as orientações dos técnicos da Agraer não seria possível começar qualquer atividade de diversificação na propriedade, além da qual já vinha realizando, como a produção de leite”.
O encontro contou com a participação de 35 pequenos produtores que receberam os sacos de milho. “Foram repassados os métodos de cultivo do milho como preparo de solo, sendo recomendado realizar uma análise de solo para observar melhor a necessidade nutricional do solo para fornecer posteriormente ao milho como, por exemplo, a correção de solo, com o uso do calcário, que além de corrigir a acidez e o alumínio tóxico, fornece cálcio e magnésio. Isso favorece em torno de 70% a eficiência da adubação recomendada na semeadura e em cobertura, de 30 a 40 dias após a semeadura”, explica o e técnico da Agraer que ministrou a palestra sobre o milho, Mário Viana.
“Também foi abordado os controles fitossanitários no manejo da cultura do milho, como controle de pragas e doenças, com seus respectivos produtos para o controle”, frisou Viana.
“A variedade Bandeirante pode servir tanto para semente, como meio de propagação para aumentar, futuramente, sua área de cultivo. Assim como grãos para comercialização, consumo in natura de milho verde na alimentação familiar e como fonte de renda advinda da propriedade”, enfatizou o técnico.
De acordo com os engenheiros agrônomos e técnicos da Agraer de Deodápolis, essa cultivar se bem manejada pode chegar a uma produtividade de 10 mil quilos por hectare, originário apenas de um saco de 20 kg como os que foram entregues na reunião, desde que seja plantado nos meses de setembro a dezembro. “Como estamos no plantio da safrinha, essa variedade pode chegar a ultrapassar os 4 mil quilos por hectare. Fazendo as contas para uma média produtividade por hectare, com apenas um saco de milho produzindo 3.000 kg por hectare de semente, isso passara a ser capaz de ser semeada em 150 hectares”, pontuou Douglas Pellin.
“Como os produtores possuem em média de 15 a 30 hectares cada, sobraria semente que poderia ser comercializada como grão, ou utilizado na alimentação animal, mas claro, servindo de sementes para os próximos plantios”, afirmou Mário.
Orientações – Durante a reunião foi oferecida uma palestra sobre o milho. Um dos pontos abordados foi sobre a utilização do milho na alimentação do gado leiteiro. “O incremento de uma leguminosa como fonte de proteína para os animais, torna a alimentação mais completa, proporcionando maior produtividade de leite e carne, dependendo da raça e genética do animal”, destacou o técnico e palestrante Viana.
As propriedades do milho não foram os únicos aspectos abordados. Ouve também uma apresentação dos pesquisadores da Embrapa junto ao engenheiro agrônomo da Agraer, Douglas Pellin, sobre as variedades de capins BRS Kurumi e Capiaçú.
Segundo Douglas, uma parte dos produtores já recebeu as mudas e efetuou o plantio para propagação dos capins e, futuramente, servir de complemento na alimentação do rebanho. “Os produtores foram orientados quanto ao acompanhamento do desenvolvimento das duas variedades no campo, para possíveis visitas técnicas de orientação sobre o melhor manejo desse material adquirido”, contou Douglas.
Além dos produtores, também participaram do evento as seguintes autoridades: o presidente do CMDR de Deodápolis, Silveira Rodrigues dos Santos, o diretor de Agricultura Aaron Cirilo, o presidente da Associação da 9ª Linha, Marcos Luciano Lima, o presidente da Associação da 19ª Linha, Luiz Rogério e a presidente dos Feirantes Clarice de Souza.