Campo Grande (MS) – A fim de facilitar o comércio de leite em todo o país e evitar estoque e perda da produção, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) emitiu ofício em que libera a comercialização de leite a granel entre laticínios com selo de inspeção em instâncias diferentes. A medida vai vigorar durante o período de calamidade publica do país, previsto para durar até 31 de dezembro de 2020.
A partir de agora indústrias com selo de inspeção federal poderão comprar leite a granel de uso industrial de laticínios com selos de inspeção estadual ou municipal, devendo manter registros auditáveis do recebimento que garantam a rastreabilidade da matéria-prima. Normalmente a comercialização só é permitida entre estabelecimentos com registros em esferas similares.
Dados da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) mostram que Mato Grosso do Sul tem 100 laticínios que poderão ser beneficiados com a medida, sendo 29 com selo federal, 39 registrados na esfera estadual e outros 32 com inscrição em municípios.
Superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar da Semagro, Rogério Beretta, explica que a medida visa evitar possíveis problemas enfrentados por laticínios durante o período de combate ao coronavírus, como a queda na venda de produtos com baixa durabilidade, redução do consumo e preço, entre outros. “A tendência é que neste período onde as pessoas priorizam o isolamento, cresça o consumo de leite em pós e UHT, que tem maior duração. Com a medidas, os laticínios poderão vender para unidades que fabricam esses produtos”.
A presidente do Silems (Sindicato das Indústrias e Laticínios de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes explica que a queda no consumo de leite e derivados já é sentida pelos laticínios. “A suspensão das atividades de restaurantes e escolas refletiu em queda no consumo e aumento nos estoques dos laticínios, então estamos aguardando uma normalização do mercado para saber os impactos dessa medida no Estado”.
Texto: Priscilla Peres/Semagro