Campo Grande (MS) – Técnicos do Governo do Estado que integram o recém-criado Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade de Mato Grosso do Sul reuniram-se na quinta-feira (18) com pesquisadores do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima, desenvolvido pela Fiocruz e Ministério do Meio Ambiente (MMA). A meteorologista Cátia Braga, do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul – Cemtec/MS, órgão vinculado a Agraer, também fez parte da mesa de discussões.
O encontro aconteceu na sede da Fiocruz em Campo Grande e contou com a presença dos integrantes do GT que é coordenado pelo Instituto de Meio ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econõmico (Semade). Também participaram os técnicos do Imasul (de Campo Grande e de unidades do interior), participaram também representantes da Defesa Civil, da Secretaria de Saúde e representantes da Ong SOS Pantanal.
A pesquisadora da Fiocruz, Manyu Chang, apresentou a metodologia do Índice de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas, desenvolvido pela Fundação. Segundo ela, essa medida vai contribuir para o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (Plano Adaptação) em fase de elaboração pelo MMA e um integra as ações do governo federal para cumprir as metas brasileiras firmadas nas COP 21.
“São indicadores que levam em conta aspectos particulares de cada região do país como a conservação ambiental, os dados demográficos e de desenvolvimento humano e a suscetibilidade a fenômenos extremos como tempestades e secas e a doenças associadas ao clima como a dengue e a malária e outras mais comuns a cada região”, informou Manyu Chang.
Segundo ela, os indicadores considerarão, ainda, a exposição, a sensibilidade e a capacidade adaptativa em escala municipal. O sistema está sendo implantado inicialmente em seis estados: Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná e Maranhão.
“Estamos visitando os estados escolhidos pelo MMA, apresentando a metodologia e solicitando aos órgãos competentes as informações e séries históricas de que necessitamos. É o que viemos fazer em Mato Grosso do Sul e ficamos muito animados de ver a composição desse GT. Teremos condições de aplicar a metodologia para a obtenção do índice e, ao mesmo tempo, contribuir nesses primeiros momentos do Grupo de Trabalho”, disse a pesquisadora.
Os dados solicitados pela Fiocruz vão abastecer o software desenvolvido para o cálculo do Índice de Vulnerabilidade. Por meio desse indicador, será possível, por exemplo, a identificação das cidades sul-mato-grossenses mais vulneráveis à mudança do clima. Com isso, gestores públicos com a participação da sociedade civil, poderão planejar e executar ações e medidas para reduzir os impactos das alterações climáticas nos municípios e aumentar a capacidade de adaptação da população a esta nova realidade.
Grupo de Trabalho
O Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade foi apresentado na segunda-feira (15) pelo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico. Segundo ele, “o GT está no âmbito do PPA (Plano Plurianual) da Semade e integra as ações do ProClima, programa idealizado para discutir e propor políticas públicas sobre o tema”. O objetivo inicial do grupo é o de apresentar até o final de 2016 um Plano Estadual para as Mudanças Climáticas e oferecer contribuições efetivas de Mato Gosso do Sul para o cumprimento das metas brasileiras firmadas na COP 21.
Fotos: Vanessa Ricarte / Semade