Campo Grande (MS) – O Governo de Mato Grosso do Sul estuda a possibilidade de transformar Campo Grande em um centro de logística de cargas aeroviárias para a América Latina, e um passo importante na formatação desse projeto foi dado nesta quinta-feira (14.12) em reunião do governador Reinaldo Azambuja com a representante da empresa alemã Lufthansa, Liége Emmerz, na Governadoria.
A estruturação do aeroporto da Capital para operar com grande volume de cargas para exportação e importação sem embaraços aduaneiros é uma meta que o Governo do Estado vem buscando há três anos, em atuação conjunta com a Federação das Indústrias de MS (Fiems), e a Infraero já sinalizou investimentos em infraestrutura do terminal de cargas.
Presente ao encontro com a representante da Lufthansa, os secretários de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck; e o de Infraestrutura (Seinfra), Marcelo Miglioli.
O titular da Semagro explicou que o Governo vem estudando há algum tempo viabilizar o aeroporto internacional em um centro de logística de cargas, pela posição estratégica de Campo Grande como corredor bioceânico. “Trouxemos a Lufthansa para mostrar esse potencial que temos para fomentar e atrair novos negócios internacionais, e também para ouvir da empresa, uma das maiores do mundo no segmento de cargas, quanto ao seu nível de interesse em atuar futuramente como umas das concessionárias e fazer investimentos”.
Lufthansa quer cooperar
Durante o encontro, do qual também participou o coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, o governador Reinaldo Azambuja explanou sobre o empenho de seu governo para concretizar os corredores bioceânicos rodoviário e ferroviário passando por Mato Grosso do Sul.
Diretora-presidente do escritório da Lufthansa Consulting no Brasil, Liége Emmerz, disse que a apresentação feita pelo governador e pelo secretário a deixou impressionada pelo papel estratégico do Estado e da Capital não só em relação ao Brasil, pela força do agronegócio, mas ao continente latino-americano. Ela adiantou que a logística de cargas proposta é viável, envolvendo Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.
“Nos parece que existe aqui esse potencial, inclusive até na diversificação da malha, descentralizando o destino da carga, que hoje se concentra em Viracopos, em direção a algumas regiões do Brasil e da América Latina”, observou a dirigente, ressaltando que a empresa é especialista em estudos de viabilidade econômica em logística de transporte.
Mais desenvolvimento
Liége Emmerz informou que a empresa já desenvolve projetos similares em várias partes do mundo, operando não só com linhas aéreas, mas cargueiras nos maiores aeroportos e terminais. “A estratégia e o interesse do governo local é fundamental, na facilitação das ideias de negócios e serviços, e podemos cooperar e auxiliar nesses estudos”, disse ela.
O secretário Jaime Verruck falou que este projeto é de longo prazo e requer outros estudos e implica em investimentos no aeroporto. “Mas deixamos muito claro que o aeroporto de Campo Grande tem condições favoráveis que outros não tem, como pista longa e capacidade de até 80 toneladas, e um porto seco alfandegado pronto para operar”, completou.
Verruck considera que Mato Grosso do Sul tem uma série de condições para atrair investidores para este projeto de logística, onde a Lufthansa, como referência no setor, poderia fazer parte do pool de investimentos. Sobre as vantagens, citou que o Estado teria maior concentração de cargas e atrairia mais indústrias, aumento no número de voos e mais desenvolvimento.
Na América do Sul
A Lufthansa Consulting criou no Brasil a Lufthansa Consulting Ltda, uma sociedade limitada, que atuará como base representativa e operacional de suas atividades na América do Sul. A intenção da nova empresa é oferecer serviços de consultoria a especialistas brasileiros de alto potencial no atrativo ambiente das atividades aéreas. A diretora Liége Emmerz é responsável pela região da América do Sul.
Segundo a Lufthansa, sua divisão de consultoria tem prestado apoio, há 25 anos, a empresas aéreas, agências nacionais de aeronáutica e atividades correlacionadas, tais como empresas de logística ou portos em todo o mundo. Na América do Sul, a empresa está concentrando atualmente suas atividades no Brasil, no Peru, no México e na Colômbia.
As demandas de maior relevância na região se dão nas áreas de privatização de aeroportos, de administração de aeroportos, de atividades de cargas aéreas, de empresas aéreas de baixo custo e do gerenciamento de malhas, além da excelência operacional. Entre as mais recentes atribuições da Lufthansa Consulting estão os melhoramentos no terminal de cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo. Veja mais fotos.
Silvio Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Edemir Rodrigues