Campo Grande (MS) – Uma agricultura familiar forte se faz com boa assistência técnica e equipamentos agrícolas de qualidade. Este ponto do trabalho com a pequena produção vem sendo levado tão a sério pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), órgão vinculado ao governo do Estado, que a instituição conseguiu fechar o ano de 2017 com um saldo positivo de R$ 30 milhões de recursos federais entre verbas gastas com patrulhas, serviços de Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural, políticas públicas e recursos que estão em caixa para futuras licitações.
O dinheiro é uma soma dos recursos investidos em ações e equipamentos agrícolas, como patrulhas mecanizadas, resfriadores, notebooks, carros para as atividades de Ater, por exemplo. “Fruto de emendas parlamentares com contrapartida do Governo do Estado, a Agraer já fez o repasse de 29 patrulhas mecanizadas e ainda há outras destas mesmas emendas para serem entregues”, afirma o diretor-presidente da Agraer, André Nogueira.
Os investimentos contemplam também recursos do Proacin – Programa de Apoio às Comunidades Indígenas de Mato Grosso do Sul. “Foram R$ 553.020,00 utilizados na compra de 1.668 sacas de sementes, sendo 578 de feijão e 1.090 de milho e 69.200 mil litros de óleo diesel. Além de R$ 435 mil para reforma de tratores existentes nas aldeias indígenas”, pontua.
“Também aplicamos R$ 448.850,00 na compra de 26 resfriadores, que junto aos equipamentos entregues em 2016 e 2015 já totalizam 97 equipamentos.
Ainda houve a aquisição de 30 notebooks e 25 carros para dar melhores condições de trabalho a nossa equipe técnica e, ainda este mês, receberemos duas vans para atendimentos itinerantes do Crédito Fundiário e Regularização Fundiária”, lembra.
Isso sem mencionar os cerca de 480 resfriadores em todo o Estado que há um tempo estão a serviço dos pequenos produtores de leite. “São equipamentos que estão em operação em associações, cooperativas e agroindústrias de famílias do campo que buscam o auxílio da Agraer dentro da cadeia produtiva do leite”.
E se os R$ 30 milhões já trouxeram ou ainda estão trazendo benefícios para a agricultura familiar, visto que há uma parte do dinheiro ainda para ser aplicado em licitações e custeio de projetos como da erva-mate, por exemplo, o diretor-presidente André Nogueira já antevê outras possibilidades para o ano de 2018. “Estamos fechando um convênio com a Anater para assistência técnica. Então, para custeio da Agraer para o ano que vem já há um incremento de R$ 1,2 milhão para atender a agricultura familiar, os agricultores familiares tradicionais para ser mais específico”.
“No que diz respeito ao Programa Nacional de Crédito Fundiário também deverá ser liberado R$ 3 milhões, onde R$ 1 milhão é para custeio das despesas e R$ 2 milhões para abastecimento de água em quatro associações do Crédito Fundiário”, avalia.
E os cálculos não param por aí, pois há um time forte da Agraer em comunicação com deputados e senadores, a fim de conseguir mais apoio para que se possa trazer dinheiro da União para a agricultura familiar. “Temos, também, perspectiva de convênios que totalizam aí quase R$ 36 milhões, ou seja, eu acredito que, entre 2018 e 2019, a gente consiga liberar esses recursos para mais patrulhas mecanizadas, resfriadores, ordenhadeiras e outros equipamentos, além de implantar algumas feiras da agricultura familiar. Então, temos perspectiva bastante grande para 2018”, diz otimista.
“A Agraer está presente nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Recentemente, abrimos um posto avançado no distrito de Anhanduí, com a missão de atender 1.500 famílias de agricultores da região. Pelo Crédito Fundiário foram aplicados R$ 5 milhões para a criação de duas comunidades agrícolas no Estado, uma em Ribas do Rio Pardo e outra em Pedro Gomes. Só aí temos 93 famílias atendidas. Isso sem mencionar os outros R$ 5 milhões em projetos do Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar] e PAA [Programa de Aquisição de Alimentos]. Este último a Agraer ajudou, inclusive, uma associação no processo de comercialização de alimentos para o Exército Brasileiro, para a base instalada no município de Amambai”.
Outro ponto que vem sendo amplamente reforçado na Agraer é a economia com as despesas internas da instituição (água, luz, telefone, aluguéis, etc). “Nós temos termos de cooperação técnica já assinados com 50 municípios e outros 25 já estão bem adiantados. Um trabalho que já gera uma economia para a Agraer de R$ 2 milhões neste ano de 2017. Um trabalho importante para o governo pensando que estamos em um período de dificuldade econômica em todo o País”, finaliza o dirigente André Nogueira.
Texto: Aline Lira – Assessoria de Comunicação da Agraer
Fotos: Chico Ribeiro (Subsecom/MS), Néia Maceno, Dunga e Aline Lira (Agraer)