Campo Grande (MS) – Em atendimento a uma solicitação do assentamento Valinhos, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) de Maracaju e de Sidrolândia promoveram, na última sexta-feira (16), uma reunião com os agricultores familiares junto à diretoria da entidade e autoridades dos dois municípios.
Titularização de lotes, correção de solo através de aplicação de calcário, equipamentos agrícolas, cultivo e comercialização de frutas e hortaliças, produção de leite e demandas na área de saúde e educação foram alguns dos vários assuntos abordados.
“O Valinhos conta com 85 lotes sendo 74 pertencentes ao município de Sidrolândia e 11 de Maracaju. Trouxemos autoridades dos dois municípios para aproximar a população das lideranças. Faz parte da missão da Agraer atender as demandas dos pequenos produtores do Estado e, hoje, foi um momento como este., disse o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini.
Durante a reunião com os assentados, Felini se comprometeu em dar um suporte maior à produção local. “Faremos o repasse de um resfriador, quatro ordenhadeiras e podemos viabilizar o frete do calcário, por determinação do governador Reinaldo Azambuja, desde que os agricultores se unam para a compra e consigam parcerias com as prefeituras para o custeio do combustível”, informou.
Após a reunião, as autoridades percorreram duas propriedades que estão ganhando destaque no assentamento por conta dos trabalhos. A primeira a ser visitada foi a dos agricultores Júlio Vanderlei Parnoff, pai e filho, respectivamente.
Produtor agrícola tradicional, com vasta experiência no cultivo de milho e soja, Vanderlei deixou a zona rural para estudar e há algum tempo retornou à casa do pai para ajudar a tocar a criação de frango caipira, projeto que há dois anos saiu do papel com o auxílio da Agraer. “Sou técnico em Produção de alimentos por formação. Trabalhei em uma empresa de processamento de frango e, hoje, estou trabalhando com meu pai para ajudar na rotina”, conta.
Os frangos chegam a quase três quilos e os preços variam de 17 a 25 reais, conforme a característica do animal. “Minha meta é ter uma renda de R$ 8 mil mensal. Ainda estou bem longe disso, mas já estamos com clientela cativa, 50 fregueses, e um abate de 200 frangos por semana. No momento, estamos até recusando clientes porque não temos capacidade para atender toda a procura”, contou Vanderlei.
Para aumentar a clientela, a família Parnoff está montando um abatedouro de frango com ajuda da Agraer. “É uma construção de 36m² de área construída. Mexemos desde a criação até o abate. Sangramento, depenagem, escaldamento, retirada de vísceras, resfriamento, empacotagem e congelamento serão feitos tudo pela gente”, explicou.
A obra está quase concluída e a meta é chegar a uma produção semana de 500 frangos abatidos. ”A Agraer tem dado muito suporte. Ainda revesso minha vida entre trabalhar com meu pai e trabalhar em uma empresa. Mas, o objetivo é viver só disso aqui. Vim para cá para cuidar dos meus velhos e da terra”, afirmou Vanderlei.
A família Beltran Pereira é outra, do assentamento Valinhos, que está contente com a vida no campo e os serviços de Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) da Agraer. “A Agraer está sempre presente em nosso sítio. É nota mil de atendimento. Recebemos orientações para cultivo das frutas, hortaliças e colorau e nossa produção comercialização na feira e no Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar]”, contou a agricultora Neiva Beltran.
Pela merenda escolar, a família chega até 100 quilos de fubá e colorau. “A presença do presidente da Agraer é muito importante para nós. É a possibilidade de mostrar nosso trabalho e pedirmos auxílio em coisas que ainda nos falta. A gente tem vontade de trabalhar, mas faltam alguns recursos, como a construção de um poço artesiano, por exemplo. Os profissionais da Agraer ajuda a gente, só que ter o reforço da diretoria é bom também”, diz a mulher em tom descontraído.
No sítio Padroeira, Neiva e o esposo Enézio também cultivam mandioca, limão, goiaba e, ainda, trabalham com leite na fabricação de queijo e requeijão. O casal já conseguiu terminar a casa, construir uma cozinha ampla e trocar o automóvel. “É tudo fruto do nosso trabalho. A gente quer começar a produzir tomate para vender na merenda. Vimos que o cultivo não é impossível e já conversamos com os técnicos da Agraer sobre isso”, revelou a produtora.
Esteve presente no assentamento Valinhos o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, o prefeito eleito de Sidrolândia, Marcelo Ascoli, acompanhado pela futura primeira-dama Ana Lídia, e o vice Wellison Muchiutti Hernandes, e o chefe de gabinete de Maracaju, Paulo Suleque, e o vereador de Maracaju, Thiago Caminha. Além de outras autoridades da região e profissionais da Agraer.
Texto: Aline Lira
Fotos: Néia Maceno