Os alunos da Escola Municipal Isauro Bento Nogueira receberam auxílio da zootecnista da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Jovelina Maria de Oliveira, e do engenheiro agrônomo do posto avançado da Agraer em Anhanduí, Claudir José Rubenich, para implantação de um meliponário.
As caixas abrigam abelhas sem ferrão das espécies Lambe-olhos (Leurotrigona muelleri), Marmelada (Frieseomelitta varia), Borá (Tetragona clavipes) e Jataí (Tetragonisca fiebrigi).
O projeto atende a uma demanda da escola voltada tanto para educação ambiental quanto para manejo produtivo. As abelhas realizam a polinização das plantas que são cultivadas na zona rural, o que aumenta a produção de todas as frutíferas e da maioria dos cereais e contribui para a preservação ambiental.
“Além disso, esse conhecimento sobre a criação de abelhas pode ser levado para a família, que pode vender ou consumir os produtos, como mel, pólen, própolis e cera. Pode ser vendido ainda o enxame e, se tiverem conhecimento de marcenaria, podem fazer a caixinha para venda”, explica a zootecnista da Agraer, Jovelina Maria de Oliveira.
A atividade contou com palestras sobre a importância das abelhas, produtos e diferença das espécies; confecção das iscas para captura das abelhas; construção das caixas; transferência dos enxames das iscas para as caixas; e montagem do meliponário.
“A estrutura gera curiosidade nos alunos e já mudou a perspectiva deles sobre a importância das abelhas. Foi uma ação que teve o envolvimento de todos, estudantes e pais. Na confecção das caixas, por exemplo, tivemos a colaboração do pai de um dos alunos, que é marceneiro”, relatou o diretor da escola, Júlio Benites.
A implantação do meliponário faz parte das ações desenvolvidas dentro do Projeto Controlador Jovem, que é coordenado pela supervisora escolar Célia Alves.
Ela explica que a maioria dos alunos mora em fazendas e assentamentos da região, por isso, a direção inseriu atividades educativas e práticas voltadas para o campo na grade curricular. A atividade realizada com o apoio da Agraer possibilitou o estudo de diferentes disciplinas.
“Na confecção das caixas, por exemplo, o professor de matemática trabalhou com as medidas corretas, de tamanho e espessura. A pintura foi feita na aula de artes. Trabalhar com didáticas práticas e diferenciadas faz com que o conhecimento seja consolidado. Do ponto de vista pedagógico, foi uma atividade fantástica”, pontuou a supervisora escolar.
Cerca de 300 alunos do 6º ao 9º ano participaram das atividades. As estudantes Maria Clara, Maria Gabriela e Mariana Félix acompanharam a implantação do meliponário em diferentes etapas.
“Aprendi como fazer a transferência das abelhas, a confecção da caixinha e também ajudei a pintar. Foi muito legal, moro no sítio e já tinha visto as abelhas, mas não sabia como cuidar delas e agora já sei”, afirmou Maria Clara.
O resultado do projeto foi apresentado aos pais dos alunos na quarta-feira, dia 18, junto com a reunião de entrega de notas. No mesmo espaço do meliponário, há uma horta, repleta de hortaliças, que também foi implantada com o apoio da Agraer.
Pai de aluno, o trabalhador rural João Adair destacou a importância de projetos que contribuem para a manutenção das atividades agrícolas na região.
“Dou muito apoio a esses projetos desenvolvidos na escola porque as crianças têm que crescer conhecendo a natureza e valorizando o campo. Aqui nós temos bastante assentamentos, mas os jovens estão indo embora. Precisamos dar essa força, esse incentivo para a produção rural”, destacou.
Texto e fotos: Adriana Queiroz/Agraer