Campo Grande (MS) – Com o propósito de orientar os produtores de hortigranjeiros para o uso adequado dos produtos agrotóxicos e cumprimento das normas fitossanitárias, buscando garantir a segurança alimentar dos consumidores e a segurança dos produtores, o Governo do Estado vem desenvolvendo de forma experimental em Campo Grande o Projeto ‘Cinturão Verde Saudável”.
Neste mês, o Chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Filipe Portocarrero, apresentou os resultados do Projeto ‘Cinturão Verde Saudável” à equipe da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), aos representantes das Secretarias de Saúde municipal e estadual, Senar/MS, Sebrae/MS, Coopgrande, Superintendência de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Campo Grande (Sedesc), Delegacia Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DFDA/MS) e Coordenadoria Estadual de Vigilância da Saúde Ambiental (Cevisa).
Nas duas primeiras fases a equipe dividiu as 109 propriedades produtoras em sete setores, quando foram aplicados questionários e feito o cruzamento com as informações da Agraer e Ceasa, o que resultou em um mapeamento atualizado e a classificação dos riscos.
Até aqui foi possível mensurar o conhecimento do produtor sobre o cultivo das plantas e controle das pragas, sobre o uso de equipamentos de proteção individual, agrotóxicos, sua aplicação e período de carência, e a tríplice lavagem das embalagens. Também foram registradas a percepção do entrevistador, principais espécies cultivadas, fungicidas herbicidas, inseticidas e adjuvantes utilizados.
Na terceira fase, a educação sanitária atua na estratégia de aproveitamento das informações, analisando o conteúdo. Conforme Terezinha Cléa Signorini Feldens, Chefe da Divisão de Educação Sanitária da Iagro, a proposta é realizar reuniões com as revendas de insumos agrícolas para propor capacitação aos funcionários sobre a importância de informar ao produtor a forma correta do uso. Ela também sugere que sejam confeccionadas cartilhas, em conjunto com parceiros, para esclarecer direitos e deveres de quem produz, e que seja elaborado o Calendário giratório sobre o período de carência em relação aos produtos utilizados e, ainda, uma Cartilha com produtos alternativos para o combate de pragas.
Nas fases seguintes, 4 e 5, segundo Terezinha, após essas atividades educativas, a equipe retorna às propriedades e realiza novo levantamento investigativo para verificar se houveram ou não alterações.
“Para esta investigação levaremos em conta o baixo grau de instrução do público alvo, a estratégia para fiscalizar o produtor nômade, a presença tímida da assistência técnica”, completou a Chefe da Divisão de Educação Sanitária. Terezinha Feldens lembra que a previsão de conclusão dos trabalhos é março do próximo ano, e que o projeto poderá ser estendido a outros municípios.
Ela comentou ainda que a equipe percebeu a ânsia dos produtores por conhecimento, ao mesmo tempo em que notou certa desconfiança por parte deles com o real intuito das visitas.
Para o superintendente de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, o projeto deve atender primeiramente, de forma individualizada, quem já está na atividade, mas posteriormente deve ser estudado para ter caráter permanente, atendendo também os futuros produtores.
Para Beretta, a demanda de cada produtor deve ser observada individualmente, vinculando a assistência técnica, envolvendo os órgãos do Governo ligados a produção e as instituições privadas neste atendimento. “O projeto tem que oferecer a oportunidade para que se produza com muito mais qualidade e segurança. Para isso temos que contar com o envolvimento por completo de cada um dos nossos parceiros, para passar informações suficientes para que possamos realizar cobrança de resultados ao final deste trabalho”. Finalizou.
Texto e fotos: Kelly Ventorym – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)