Neste Dia das Mães convidamos você a conhecer histórias que inspiram e mostram a força das mulheres que direta ou diretamente dedicam parte do seu tempo à agricultura familiar. É o caso da servidora Izabela Presoto, mais conhecida como Bela, mulher de sorriso doce, olhos bonitos, mas com firmeza que denota que por detrás dessa figura feminina há uma personalidade forte e uma caminhada que nos inspira a pensar no tema “maternidade”.
Atuante na Agraer desde 2013, Bela há cinco anos embarcou em uma jornada de transformação ao lado do esposo Clóvis quando começou a pensar na ideia de ser mãe. “O Bento veio de uma forma inesperada, estávamos programando para engravidar em 2020, só que ele veio um ano antes”, se recorda ela ao lembrar dos desafios e da chegada inusitada do rebento que “ele veio prematuro, nasceu de 32 semanas. Fui mãe de UTI durante 15 dias e foram 15 dias assim torturantes na nossa vida. Embora, graças a Deus ele não teve nenhuma intercorrência, ficou apenas na incubadora”.
Hoje, grávida de quatro meses de Lara, Bela conta que na sua equipe de trabalho todo mundo brinca com ela. “A gente até brinca hoje em dia na sala, né, porque eu saí da Agraer para ir ao dentista e terminei o dia na maternidade, com o Bento no meu colo. A bolsa estourou na cadeira do dentista e foi um corre, corre. Daí, a minha chefe, a turma do trabalho diz ‘dentista só depois dos oito, nove meses’”, diz sorrindo.
Mas quem vê essa leveza nos lábios de Bela não imagina o quão ela precisou fazer do amor o seu antídoto para a dor. “Venho de um lar muito católico. Temos Deus lá em casa muito presente. Foi na nossa fé e o amor do Bento que me ajudaram a superar dois abortos espontâneos, um em junho e outro em outubro de 2022”.
Tamanho amor fez com que Bela conseguisse ter força emocional para ressignificar as duas partidas. “O segundo aborto eu e meu marido preferimos não falar pro Bento porque ele já tinha ficado muito mexido com a perca do primeiro irmãozinho. Eu estava perdendo, né! E, aí eu falei para o Clóvis ‘hoje é a festa junina dele e a gente vai’. Ele falou, ‘mas você tá sem condições de ir. Eu falei, não, eu vou. Fui, fiquei sentadinha, acompanhei meu filho. E, após a festa junina, demos a notícia a ele, demos um presentinho simbólico pra ele dizendo que foi o irmão que tinha deixado porque foi morar com Deus”. Ele viu que independente dos momentos eu estaria do lado dele.
De lá para cá, Izabela ou melhor Bela encontrou na rede de apoio familiar e no seu trabalho, na Agraer, o suporte necessário para prosseguir. “Minha médica queria me dar uma licença de 30 dias, mas eu sabia que não ia aguentar ficar em casa e pedi para apresentar uma licença de 15 dias. Foi a melhor decisão que tomei, porque fechei a minha ‘caixinha do luto’ e abri a minha ‘caixinha profissional’. Sou muito grata ao suporte dado pelos meus colegas”.
Focada em seu trabalho na Agraer e dedicada a família, eis que a vida a surpreendeu com um lindo presente. Trazendo mais significado para este Dia das Mães, 12 de maio, pois ela traz no ventre Lara, um bebê arco-íris, que colore de esperança e traz mais amor a sua história.
“Escutamos o coração da Lara no dia do aniversário do Bento. Então, filmamos e demos a ele de presente o coraçãozinho da Lara. E ver aquela cena foi a coisa mais linda que a gente teve, sabe!?”.
Por falar em apreciar o que é belo, na simplicidade da vida, Bela encontra na maternidade e na carreira duas grandes inspirações. “Quando o Bento pede para eu não ir trabalhar porque quer brincar comigo, digo que sou como a Mulher Maravilha, que aqui na Agraer tem pessoas que precisam de mim. Aí ele pergunta o que eu vou fazer, conto que tenho a missão de comprar [licitações] carros ou maquinários agrícolas. Ele me pergunta quantos, digo que 50, 100, 200. Os olhinhos dele brilham e assim ele entende a importância do meu trabalho que, direta ou indiretamente, vai beneficiar inúmeras famílias no campo”, conta a servidora.
E, assim, nessa dança delicada entre múltiplas jornadas femininas, Bela se destaca como uma supermãe, carregando no ventre uma nova vida, no coração o amor pela família, e em sua mente o compromisso com a missão da Agraer de cuidar da agricultura familiar de MS. “Sou grata ao meu trabalho, a minha equipe que tem oito mulheres no grupo, algumas não só mães como avós, todas que se entendem e dão suporte umas às outras. E, em casa, claro, tenho a minha família”.
Para as mamães em atividade e, principalmente, as “tentantes” como define a própria Bela, aqui, nossa mamãe gestante deixa seu recado. “Com o Bento aprendi que a vida nos ensina a generosidade através de um olhar de uma criança. Por isso, digo para essas mulheres que não desistam, porque se é um sonho, a gente tem que ir atrás”, pontua ela que lembra das diversas possibilidades como “há, inclusive, a adoção. Eu mesmo cheguei a pensar nessa possibilidade e confesso que é um assunto que eu e meu marido não descartamos, quem sabe no futuro”.
Texto: Aline Lira, Agraer
Fotos: Acervo Pessoal