Campo Grande (MS) – Situado a cerca de 22 quilômetros do município de Itaporã, o Distrito de Santa Terezinha vem se consolidando como um importante polo da agricultura familiar. Com atividades agrícolas diferenciadas, a região conta com terras destinas para o plantio frutas, agroindústrias e piscicultura.
De olho nos bons exemplos de famílias agrícolas como esses é que recentemente a direção da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) esteve na região para percorrer diversas propriedades que possuem êxito em suas atividades. O trecho de visitas técnicas foi formulado com base no conhecimento obtido pela equipe do escritório da Agraer de Itaporã e as visitas foram todas acompanhadas pela coordenadora do escritório local, Inês Aparecida Ortega e o gestor sócio organizacional Gilberto Macedo.
A primeira propriedade apresentada ao diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, foi a agroindústria de processamento de frutas “Polpa Real”, administrada pela família Jazenski. Criada há dez anos, o empreendimento processa mais de uma tonelada em frutas de cinco tipos: maracujá, mamão, goiaba, abacaxi e uva. “Temos capacidade para uma produção muito maior, mas estamos em busca de ampliar a nosso público consumidor e também os nossos fornecedores de frutas”, explica Elisângela Jazenski que junto com o esposo Adriano e a mãe Juraci Maria ajudam César Jazenski a tocar o negócio.
“Temos nossa pequena indústria cadastrada no MAPA [Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento]. É ele quem fiscaliza os nossos produtos e com esse registro temos autorização para comercializar dentro e fora do Estado e até exportar para outros países”, contou Adriano.
Para reforçar a produção, a família utiliza um pedaço da propriedade para o plantio de goiaba, por exemplo. Ao todo, são seis hectares destinados ao cultivo da fruta. E quando se trata do processamento dos frutos são necessários cerca de três horas e rigorosas etapas de preparo, cinco no total, são elas: seleção, lavagem, enxague, trituração, despolpa (primeiro e segundo estágio) e pasteurização. “Alguns de nossos clientes preferem o produto sem pasteurizar, não é uma etapa obrigatória. A qualidade de nossos produtos garante até um ano de validade após a fabricação”, explicou Elisângela.
De lá a comitiva da Agraer seguiu até o sítio Boa Vista do casal Jorge Roberto Costa e Maria Pereira Alves para conhecer o cultivo de goiaba. “Trabalhamos há dez anos com o plantio da fruta e destinamos três hectares para o cultivo. Juntando todo o tempo que estamos aqui já colhemos um total de 50 mil quilos”, disse a agricultora.
Segundo Maria Alves, parte da colheita é destinada para a comercialização no PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e para a merenda em colégios municipais pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Os produtos são todos comercializados in natura, mas recentemente conseguimos adquirir uma câmara fria e com isso teremos a possibilidade de melhorar o armazenamento, pois o que colhemos em um dia já fazemos a entrega no outro. Agora, vamos poder embalar”.
Apae de Itaporã, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Dourados, Douradina, Vicentina, Fátima do Sul, Rio Brilhante, Itaporã e de Dourados são algumas das instituições abastecidas pelo sítio. “Só em Dourados fornecemos goiaba para sete Cras e ainda tem duas ONGs que prestam atendimento à crianças e adolescentes que também entram na lista”, diz Maria Alves.
A rota de visitas foi fechada em duas pequenas propriedades, as agroindústrias de doce e piscicultura, respectivamente, “Nova Flora” de fabricação de doces a base de amendoim (paçoca e pé-de-moleque) e a de processamento de peixe (tilápia), “Pantanal Pescados”, ainda em fase de construção.
“Aqui a Agraer faz visitas pelas propriedades, auxilia na elaboração de projetos para nós conseguirmos recursos e também sempre nos avisa sobre os cursos”, disse Aparecida de Lourdes Ramos que administra todo o trabalho de doces junto do marido José Félix Ramos e o filho Gladison.
Aline Lira – Assessoria de Comunicação Agraer