O gosto pelas abelhas nativas sem ferrão atraiu 55 pessoas ao meliponário do Parque das Nações Indígenas no último domingo (30). A Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) já havia oferecido capacitações privadas e visitas guiadas no local, mas pela primeira vez uma capacitação completa foi aberta ao público.
A organização do evento foi surpreendida pelo interesse da população sobre o tema. Inicialmente haviam sido anunciadas somente 20 vagas, mas a quantidade teve que ser estendida para atender à demanda.
“Vieram participantes até de outros municípios, como Terenos e Dourados. Isso demonstra como as pessoas têm vontade de saber mais a respeito das abelhas nativas sem ferrão. Isso reflete tanto em possíveis criações em áreas urbanas ou rurais, além da possibilidade de gerar renda extra”, disse a instrutora do curso, Jovelina Maria Oliveira, zootecnista da Agraer.
Para todas as idades
Entre os olhares atentos estava o pequeno Davi de Oliveira Hoffmann, 4 anos, acompanhando pela mãe Cristiane de Oliveira Siqueira. Eles já têm caixas de jataí em casa e aproveitaram a capacitação para incrementar o conhecimento sobre a meliponicultora.
“Nós já temos um grande jardim, mas queremos saber mais sobre que tipos de flores as abelhas gostam de forragear. Meu filho gosta das abelhas. É muito curioso sobre o tema, sempre quer saber o que elas comem. Para mim, é interessante entender para ajuda-lo”, diz Cristiane.
Além disso, esses insetos tão importantes para a manutenção da flora estão intimamente relacionados com a preservação ambiental. Assim, uma criança que hoje se envolve na criação racional das abelhas nativas tende a ser um adulto que ajuda a cuidar da natureza.
“Ele (Davi) já tem uma consciência ambiental. Gosta muito de plantar e cultivar, sabe até as diferenças entre plantas comestíveis, como manjericão e o alecrim, das não comestíveis”, completa.
Programação
Pela manhã, os alunos tiveram aula teórica sobre as abelhas nativas. Aprenderam a diferenciá-las das espécies africanizadas (com ferrão), como se organizam, o que comem, quais as espécies cuja criação é permitida em Mato Grosso do Sul e como iniciar o meliponário.
À tarde, a parte prática incluiu a confecção de iscas para a captura de enxames na natureza. Para isso, foi pedido a cada um que levasse uma garrafa pet. A armadilha também é feita com plástico e jornal.
“Foi muito bom e prazeroso ministrar esse curso. Todos os envolvidos na organização gostaram de participar. Os participantes foram muito receptivos, participativos e interessados tanto na aula teórica quanto nas práticas”, completa Jovelina.
Texto e fotos: Ricardo Campos Jr. – Comunicação da Agraer
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva