A preservação de solos e da água é vital para uma produção rica e sustentável. A pesquisadora do Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer) Camila Pellizzoni Balthazar trouxe essa mensagem a produtores e técnicos do Assentamento Santa Lúcia durante um dia de campo em Bonito. Buscando explorar essa temática tão essencial para o sucesso da agricultura familiar, o evento voltou-se para a conscientização ambiental e fortalecimento das habilidades dos inscritos.
Intitulado “Conservação de Solo em Sistemas Produtivos”, foi realizado no dia 11 de novembro. O evento é vinculado ao projeto de extensão “Sistemas produtivos sustentáveis: alternativas tecnológicas para melhorar a qualidade ambiental de agricultores familiares no Assentamento Santa Lúcia, Bonito – MS”, coordenado pela organizadora do encontro.
Com financiamento e apoio da Fundect, os palestrantes da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) trouxeram práticas sustentáveis que garantem a manutenção da fertilidade natural e o equilíbrio ecológico no dia a dia dos agricultores. “A conservação do solo contribui para a segurança alimentar e o desenvolvimento rural sustentável”, explicou Camila.
Por meio de duas estações práticas e demonstrações em campo, os palestrantes difundiram práticas conservacionistas que promovem o uso sustentável do solo e da água nos sistemas agrícolas familiares, aliando produção e renda à sustentabilidade.
“Este evento representou a união entre ciência e campo, promovendo o diálogo entre pesquisadores, técnicos e produtores rurais, com foco em soluções adaptadas à realidade local”, destacou Camila.

Conhecimentos práticos – Durante a Estação 1, o pesquisador da Agraer Felipe das Neves e o coordenador do escritório da Agraer em Bonito, Rafael Acosta da Silva, apresentaram os princípios da conservação do solo e da água de forma prática e acessível, mostrando como o agricultor pode manter a fertilidade do solo, reduzir a erosão e aproveitar melhor a água da chuva. A palestra apresentou técnicas simples, como plantio em nível, uso de cobertura vegetal, terraceamento e integração com árvores.
Os palestrantes explicam que todas as técnicas apresentadas foram pensadas e adaptadas à realidade dos assentamentos rurais. Felipe conta que os benefícios resultantes dessas técnicas são diretos e imediatos para os produtores. Segundo ele, a partir das adequações, os agricultores vão presenciar um aumento na produtividade, uma maior economia de insumos e uma maior resistência do solo à seca e às chuvas intensas.
“Além disso, as práticas conservacionistas abrem oportunidades para a inserção em programas de sustentabilidade e certificação, agregando valor à produção familiar e fortalecendo o acesso a mercados diferenciados”, completou o pesquisador.
O solo é a base da produção agrícola e da vida no campo. Para os palestrantes, esse fato mostra que falar sobre conservação do solo e da água é essencial. “Quando o produtor entende e aplica essas práticas, ele não apenas melhora sua renda e segurança alimentar, mas também protege o meio ambiente e contribui para o futuro da agricultura familiar em Mato Grosso do Sul”, destacou Felipe.
Como complemento, Rafael Acosta trouxe, na Estação 1, informações sobre a necessidade de os agricultores familiares se adequarem ao Decreto nº 15.197, de 2019. O decreto disciplina a apresentação de Projetos Técnicos de Manejo e Conservação de Solo e Água para atividades que envolvam a mecanização do solo nas bacias dos rios da Prata e Formoso, nos municípios de Jardim e Bonito.

O objetivo é proteger os recursos hídricos dessas áreas por meio de ações específicas de sustentabilidade. Segundo o gestor, as especificações do decreto, unidas a boas práticas de manejo, preservam os solos e formam uma excelente oportunidade para os produtores locais. “Dentre os benefícios, pode-se citar o maior aproveitamento das águas da chuva, melhorando assim os sistemas produtivos e contribuindo para a preservação de mananciais”, contou Rafael.
Em seguida, na Estação 2, os participantes tiveram acesso ao planejamento, à implantação e ao manejo do sistema de produção animal a pasto, a partir da palestra do gestor de desenvolvimento rural, Nino Rodrigo Cabral. “Planejar a execução é a chave do sucesso para qualquer empresa. Não é diferente para um empreendimento da agricultura familiar”, comentou o técnico.
Segundo ele, dentro do sistema produtivo, o planejamento deve ser constante. Para o gestor, a reavaliação e os ajustes são necessários para que o manejo seja realizado corretamente. O coordenador conta que o manejo do pastejo é fundamental para a manutenção da área de pastagem e para a conservação do solo.
Nino explica que os manejos que visam à conservação do solo possibilitam ao produtor reduzir a compactação e as perdas de partículas e nutrientes que ocorrem devido aos processos erosivos. “Uma propriedade com bom planejamento e ótima execução possibilita ao produtor ganhos financeiros e ambientais.”
Por fim, a Agraer está presente em todos os cantos de Mato Grosso do Sul, ao lado de quem faz o campo acontecer. Nosso compromisso é fortalecer a produção sustentável, unindo conhecimento, tecnologia e tradição, para que cada propriedade cresça com equilíbrio e rentabilidade. Se você busca aprimorar e agregar valor à sua produção ou dar novos passos na sua agroindústria, procure nosso escritório em seu município. Estamos prontos para caminhar com você, transformando desafios em oportunidades e ideias em resultados.
Texto: Maria Clara Espíndola (sob a supervisão do jornalista da Agraer Ricardo Campos Jr.)
Fotos: Divulgação


