Realizada no dia 18 de julho, a Conferência Regional da Agricultura Familiar – Povos Originários reuniu comunidades indígenas da etnia Guarani-Kaiowá da região sul de Mato Grosso do Sul com o propósito de ouvir suas principais dificuldades e promover o diálogo entre as lideranças indígenas e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Estiveram presentes indígenas da região Cone Sul e dos municípios de Ponta Porã, Dourados, Antônio João e Bela Vista, que lotaram o auditório da Universidade Estadual de MS (UEMS), em Amambai.
Para o indígena Alimers Nelson, “a conferência foi uma oportunidade, diante das dificuldades que temos, de repassar as demandas dos Guarani-Kaiowá às autoridades mais acima, levando a questão da cultura que é a da plantação de mandioca, batata doce, amendoim, banana e outras frutíferas, adequando-se às novas tecnologias, que chegarão a partir dessas demandas que estamos repassando e pedindo apoio aqui na conferência para facilitar o plantio das comunidades indígenas”. Alimers é indígena da Aldeia Limão Verde, localizada em Amambai.
Entre as autoridades presentes para ouvir as demandas estavam o diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Washington Willeman; o Secretário Executivo da Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais, Humberto de Mello Pereira; o Coordenador da Agricultura Familiar de Povos Originários e Comunidades Tradicionais de MS, Dionedison Terena; estes representando o Governo do Estado por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
A conferência contou ainda com a presença do representante do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Luiz Antônio de Oliveira; do Superintendente da Pesca do Governo Federal, Júlio Buguelo; do Coordenador Regional da Funai de Ponta Porã, Tonico Benites; do Coordenador da Funai de Campo Grande, Elvisclei Polidorio; do deputado federal Vander Loubet; do deputado estadual Zeca do PT representando a Assembleia Legislativa de MS; do superintendente regional do Incra, Paulo Roberto da Silva; do superintendente regional da Conab, Aguinaldo Moraes Dias; além de vereadores e representantes de secretarias da prefeitura de Amambai.
Uma das participantes, a indígena Margarida Oliveira dos Santos, representante do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) no Assentamento Itamarati, ouviu atentamente às falas das autoridades presentes e trouxe as suas reinvindicações para apresentar na conferência. Sua principal demanda foi a necessidade de uma força-tarefa para ajudar as agricultoras e agricultores tradicionais e indígenas a emitir o CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar), documento que os identifica como agricultores familiares e permite o acesso a políticas públicas, como o crédito rural.
“Eu falo principalmente em nome das mulheres, pois elas não podem viver somente da renda artesanal, elas precisam de alimentação adequada para elas, para os filhos e para toda família. O que nós queremos para essas mulheres é um projeto para criação de galinhas, porcos, hortaliças e um local específico para fazerem o seu trabalho artesanal, além da ajuda para emissão do CAF e mais esclarecimentos para contrair recursos públicos”, concluiu.
Texto e fotos: Fládima Christofari, Comunicação Agraer