Cascavel (PR) – Aproveitamento é a palavra-chave no barracão da Perdição na Agricultura, espaço reservado na área do Instituto Emater no Show Rural 2018 para levantar questões e, consequentemente, soluções que atuem efetivamente no combate ao desperdício. No local, o público poderá observar produtos que muitas vezes são considerados sobras e acabam descartados nas propriedades rurais, enquanto poderiam ser usados na alimentação da família ou até mesmo como fonte de renda extra.
De acordo com Jussara Walkovicz, técnica do Instituto Emater, o objetivo é alertar o produtor usando números. “Nós estamos querendo mostrar quanta economia a pessoa faz quando aproveita o que é produzido lá mesmo, na propriedade. Temos aqui um calendário que mostra o ano todo, com todos os produtos, para que as famílias percebam que têm alimentos durante todos os meses do ano e que isso pode refletir em uma economia enorme no mercado”.
Inhame, batata doce, açafrão, laranja, abacate, limão, manga, banana, ovos, repolho e alface são apenas alguns dos alimentos muitas vezes considerados sobras, que poderiam ser aproveitados ali mesmo, na propriedade rural. “Com a laranja que eu deixo apodrecer poderia ter feito um suco concentrado para guardar. Às vezes o produtor tem um pé de abacate que dá mais de quinhentos quilos e não aproveita, enquanto poderia estar colhendo e vendendo para o supermercado, onde o quilo do abacate custa quase cinco reais”, diz Jussara.
Um dos fatores que desperta a preocupação dos especialistas da área é o aumento no volume do lixo reciclável nas propriedades rurais, onde são encontradas cada vez mais embalagens de todos os tipos. “Nós chegamos no sítio e nos deparamos com latas de milho verde e ervilha, vidros de conserva, que são coisas que poderiam ser feitas no local, não deveriam estar sendo compradas”.
O objetivo do trabalho realizado pelo Emater é mostrar o caminho para que o produtor possa aproveitar ao máximo o alimento disponível, seja para consumo próprio, comercialização ou para alimentar os animais. “Nós não podemos ver alimento indo fora e aceitar isso. Os produtores devem cobrar soluções de nós, técnicos, para que isso não aconteça. Se o próprio produtor não começar a prestar a atenção, não vai ser o povo da cidade que vai fazer por ele”, conclui Jussara, que cita a perdição na agricultura como fator que merece atenção especial principalmente diante do aumento no número de hortas urbanas, que podem ser feitas até mesmo em espaços pequenos como sacadas de apartamentos, em formato vertical.
Texto: Ascom Emater PR