Campo Grande (MS) – Com anfiteatro do Complexo Multiuso Dercir Ribeiro da UFMS lotado, foi aberto os trabalhos do Agroecol 2018. O evento que será realizado até quarta-feira, 14 de novembro, traz como tema principal “Sistemas agroalimentares, sociobiodiversidade, saúde e educação: desafios e perspectivas”.
A mesa de honra contou com a presença da diretora-executiva da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Gisele Farias e do superintendente da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Rogério Beretta.
Na ocasião, representando o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, o superintendente Rogério Beretta, colocou a pasta à disposição para que os agricultores familiares possam buscar maior apoio do executivo para fomentar as práticas agroecológicas. “Na Capital, há 15 produtores que fazem cultivo com base agroecológica ,e que bom seria se mais agricultores fizessem uso da prática. Então, deixamos à Secretaria de portas abertas, que vocês se organizem e demandem para falar com o governo e, juntos, pensarmos sobre políticas públicas para o setor”.
Para a diretora-executiva da Agraer, Gisele Farias, o momento é oportuno para a troca de conhecimento entre agricultores e pesquisadores de diferentes estados e, também, países. “Durante os próximos três dias haverá mesas redondas com a participação de estudiosos de países como Uruguai, Chile e Colômbia. Esses espaços são justamente para facilitar a conexão entre pequenos produtores e pesquisadores e mesmo entre os próprios pesquisadores”.
O reitor da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Marcelo Turine, aproveitou a oportunidade para fazer um convite a equipe do Agroecol. “É uma equipe muito competente que vem se movimentando desde cedo, mês de janeiro, para realizar este evento. Queremos que haja uma feira de agroecologia no SBPC [Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência], entre os dias 21 a 27 de julho de 2019, encontro que será promovido na Capital. Fazemos o convite ao professor Alejandro para que forme um grupo de agricultores e apresente seus trabalhos na feirinha”.
O Agroecol é um conjunto de cinco seminários similares em seu campo de diálogo: a agroecologia. São eles: o 3º Seminário de Agroecologia da América do Sul; o 5º Seminário Estadual de Educação do Campo; o 7º Seminário de Agroecologia do MS; o 6º Encontro de Produtores Agroecológicos do MS e por fim, o 3º Seminário de Sistemas Agroflorestais em Bases Agroecológicas.
Dentro do evento há uma Feira Agroecológica para exposição e venda dos produtos e serviços da agricultura familiar (artesanatos, doces em compotas, alimentos in natura, etc). Uma forma de aproximar o público que está prestigiando o Agroecol aos pequenos produtores e pesquisadores, pessoas que fazem da agricultura familiar uma realidade em Mato Grosso do Sul.
Há 16 anos de existência, o Agroecol é a soma de esforços de várias entidades que direta ou indiretamente atuam na agricultura familiar sul-mato-grossense. “O encontro é realizado desde 2002 e está na sua terceira edição internacional”, enfatizou com entusiasmo o professor da UFMS, Luiz Alejandro Gutierrez, que coordena a organização.
Na programação são esperados representantes de universidades do Paraguai e Bolívia, além de palestras ministradas por profissionais do Brasil e exterior – Uruguai, Chile e Colômbia, apresentações de trabalhos técnico-científicos, discussões em grupos, minicursos e oficinas, além do intercâmbio de experiências individuais e coletivas.
“Os debates serão em torno de questões do dia a dia como à saúde pública, educação, comercialização e uso dos produtos da biodiversidade local, sistemas de produção agroflorestal e alternativos, produção e comercialização de produtos da economia solidária que possam contribuir com o desenvolvimento da sociedade”, pontuou Alejandro.
O evento é promovido pela Sociedade Científica Latino Americana de Agroecologia, Associação Brasileira de Agroecologia e demais instituições agroecológicas. A organização do evento conta com a UFMS, a Fundação Oswaldo Cruz do MS, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Embrapa Pantanal, Sebrae, e o governo de Mato Grosso do Sul através da Semagro e da Agraer.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer