A atuação da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) em Três Lagoas tem impactado positivamente a vida de agricultores familiares muito além da lavoura. Por meio do serviço de extensão rural, a instituição oferece suporte técnico e social, garantindo acesso a políticas públicas e direitos previdenciários.
Beneficiada diretamente por esse trabalho, a produtora Eunice Martin da Silva conquistou a aposentadoria em tempo recorde: “A minha aposentadoria foi surpreendente. Eu entrei com o pedido dia 26 e no dia seguinte já estava aposentada, graças a Deus e à Cleide, da Agraer, pelo esforço que ela teve. Agradeço muito”, afirma, com gratidão.
“Comecei a trabalhar na agricultura ainda criança, com meus pais. Depois de casada, continuamos nossa vida no campo, com muito esforço conseguimos formar nossas três filhas. Hoje, seguimos com a produção de hortaliças e leite”, conta Eunice, que reside com o marido em um sítio na zona rural do município.

Dona Eunice não está sozinha. O produtor Pedro Piranha também encontrou na Agraer o apoio necessário para resolver um processo que se arrastava há meses. “Eu comecei na agricultura familiar em 2009, aqui no Cinturão Verde de Três Lagoas, e desde então sou agricultor familiar. Tenho dois filhos, mas eles já têm a vida deles. Aqui moramos somente eu e minha esposa.”
“Entrei com o pedido de aposentadoria em 27 de maio de 2023. Demorou porque tive outros vínculos empregatícios e um CNPJ que esqueci de encerrar. Isso dificultou. Foi então que procurei a Agraer e devo tudo isso à Cleide”, detalha Pedro. “É uma boa ajuda que chega. É direito nosso e contar com esse dinheiro todos os meses é muito bom.”
Fazer com que agricultores como Pedro e Eunice consigam realizar seus direitos é uma missão que vai além do campo técnico. Segundo a assistente social Cleide Nogueira, “a extensão rural é um trabalho de articulação e escuta ativa. Meu papel é ajudar os agricultores a compreenderem seus direitos e conectá-los às políticas públicas que muitas vezes desconhecem.”
Grupos familiares rurais ainda enfrentam muitos desafios para acessar benefícios garantidos por lei. Muitas vezes, falta orientação sobre como reunir a documentação correta ou como se cadastrar em sistemas como a CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) e o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Historicamente, o acesso à aposentadoria por agricultores familiares exige comprovações específicas que nem sempre são de conhecimento das comunidades rurais. É nesse contexto que o papel da Agraer se destaca: facilitar a jornada burocrática com apoio contínuo e humanizado.
Importante também destacar que o trabalho da extensão rural envolve um esforço coletivo. “Trabalhamos lado a lado com engenheiros agrônomos, técnicos e com as próprias famílias, promovendo inclusão social, fortalecimento da cidadania e desenvolvimento sustentável”, destaca Cleide.

Junto às visitas técnicas, a Agraer também realiza rodas de conversa, reuniões comunitárias e escutas qualificadas. Por meio dessas ações, são identificadas demandas sociais que muitas vezes ultrapassam o campo e envolvem saúde, educação e segurança alimentar.
Kits informativos e ações educativas sobre direitos sociais e previdenciários também têm sido utilizados como ferramentas para empoderar os produtores, sobretudo mulheres, que historicamente enfrentaram maiores dificuldades de acesso à informação.
Logo se vê que não se trata apenas de documentos e trâmites: o que está em jogo são histórias de vida. “Cada conquista, por menor que pareça, tem um impacto enorme. Quando conseguimos resolver uma demanda, sentimos que nosso trabalho tem sentido”, pontua Cleide.
Mesmo com todos os avanços, a Agraer reforça que há muito ainda a ser feito. Por isso, o compromisso da instituição segue firme no apoio aos agricultores, com escuta, orientação e presença ativa nas comunidades.
Nada substitui a emoção de ver um direito garantido após anos de luta. “Histórias como a da dona Eunice e do seu Pedro mostram que não estamos lidando apenas com números, mas com vidas, trajetórias e sonhos. Isso nos enche de orgulho e reforça nosso compromisso com a justiça social”, finaliza Cleide.