Campo Grande (MS) – Moeda de troca, permuta, escambo, os nomes são vários que podem bem tentar definir a medida comercial adotada pelo casal de apicultores, Luana Malmam e Júlio César Ricart, do município de Maracaju. Com o sonho de ampliar os negócios dentro da agricultura familiar, os dois comercializam parte do mel que produzem para uma cooperativa de Aranraguá, Santa Catarina, sendo que uma parcela do recebimento vem em forma de produtos: shampoo, condicionador, creme corporal, sabonete, balas e própolis.
A medida foi uma alternativa encontrada enquanto a família não tem uma estrutura de agroindústria que possa ofertar produtos similares. “Eu tenho vontade de fazer o sabonete e a própolis com mel feito com álcool de cereal, pois são os que têm mais saída”, explica a apicultora.
Entretanto, os produtos que mais chamam a atenção da clientela são o shampoo, o condicionador e o creme corporal que, também, tem na fórmula o mel como carro chefe. “São produtos com boas vendas também, mas como o preço é um pouco maior a venda não iguala. Porém, quem compra sempre volta”, conta Luana que ainda relembrou como passou a negociar, “A gente conheceu o grupo de Santa Catarina através da Federação de Apicultores e essa comercialização vem rendendo frutos”.
As atividades vêm agradando tanto que o casal já está se preparando para um evento na região sul do País. “Entre junho e julho, não me recordo bem à data, nós vamos para a cidade de Joinville, Santa Catarina, participar de um congresso voltado para o mel. É uma forma de aprender e pensar no trabalho que a gente faz, aqui, em Maracaju. Hoje vendemos o nosso mel, inclusive, na merenda escolar”.
A comercialização na rede pública de ensino que é feita com o auxílio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). “Faz uns 15 anos que meu esposo trabalha com a Agraer. Serviços do CAR [Cadastro Ambiental Rural] ou renovação da DAP [Declaração de Aptidão do Pronaf], hoje, é tudo junto da Agraer e o Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar] também entra nos serviços. A orientação com documentação, elaboração de propostas tem ajuda da Agraer”, conta Luana Malmam.
Serviços prestados pela Agraer que vêm antes mesmo do matrimônio de Luana e Júlio César. “O meu esposo sempre foi da agricultura familiar e há 15 anos conta com a Agraer. Eu já sou da cidade e por muito tempo trabalhei no comércio. Depois que casei, fui mexer com o mel e não sinto saudade da vida que levava. Eu faço meus horários, meu ritmo de trabalho, já viajei para vários lugares a trabalho. É independência”, garante.
Com perfil de agricultores tradicionais, quando a propriedade passa dos pais para os filhos, o casal de apicultores em época de boa safra chega a produzir até 2 mil quilos de mel. “Nossa coleta de mel acontece de outubro a janeiro. Só para a cooperativa a gente envia um tambor com 300 quilos”.
Texto: Aline Lira/Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer