Maracaju (MS) – Pela primeira vez quilombolas e produtores tradicionais mostram a potencialidade da agricultura familiar dentro na 22ª edição da Festa da Linguiça de Maracaju, promovida de 29 de abril a 1º de maio, um dos mais tradicionais eventos gastronômicos e culturais do Mato Grosso do Sul.
Os produtos das agroindústrias foram expostos dentro de um estande graças ao trabalho da equipe da Agraer local e da diretoria, com sede na Capital. Quem passou pelo barracão da agricultura familiar pode conhecer e comprar diversos itens cultivados e preparados artesanalmente por homens e mulheres do campo.
Pimentas em conserva, mel, balinhas de leite, doces em compota de leite, limão siciliano, maracujá e mocotó foram alguns dos produtos disponíveis para o público.
Para as famílias das cidades vizinhas que tiraram o domingo (30) para degustar a tradicional linguiça de Maracaju, o espaço da Agraer foi uma opção a mais de entretenimento. “Hoje em dia tudo é industrializado, você chega ao mercado e já vai direto para as prateleiras. Manusear produtos caseiros como os que estão aqui é diferente. O caseiro além de ser mais saudável mostra também um pouco da tradição local”, avaliou a operadora de caixa Maristela Borilelli que viajou com a família da Capital até o Município.
Acompanhado pelos pais e a avó materna, o adolescente Fernando Gomes foi outro que também gostou do que viu. “Adorei os doces e a pamonha aqui. O que experimentei achei muito gostoso”, disse o garoto.
Além dos visitantes, o estande da Agência contou também com a visita do diretor-presidente Enelvo Felini que aproveitou o momento para conversar com os pequenos produtores rurais e ouvir as demandas do setor.
Receita de tradição
Este ano, desde o dia 5 de abril, o produto tradicional de Maracaju passou a contar em suas embalagens o registro de Indicação Geográfica (IG) que garante a proteção contra falsificações de origem e produção.
O processo contou com um estudo detalhado do alimento, levantamento de dados e a documentação necessária para o registro da linguiça no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
No Município, a linguiça foi criada pelos colonizadores, a maioria vinda de Minas Gerais e de Goiás, e surgiu da necessidade de se conservar a carne durante longas viagens.
Cortes bovinos de primeira linha, como alcatra, coxão mole, picanha e filé mignon, e ainda temperos regionais, além do modo exclusivo de produção fazem o diferencial da linguiça de Maracaju. Tudo isso propicia um sabor diferenciado, o que possibilitou a sua fama ultrapassar as fronteiras do Estado.
O registro de Indicação Geográfica é conhecido há muito tempo em países com grande tradição na produção de vinhos e produtos alimentícios, como França, Portugal e Itália. No Brasil, a Lei da Propriedade Industrial 9.279 foi promulgada no dia 14 de maio de 1996.
Aline Lira – Assessoria de Comunicação da Agraer