Campo Grande (MS) – Na busca por incentivar agricultores familiares no cultivo de frutas do cerrado que possam agregar renda e ao mesmo tempo garantir a preservação de espécies nativas, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) promoveu um curso sobre o cultivo de guavira no assentamento Itamarati, município de Ponta Porã.
A capacitação que envolveu profissionais de Ater, Assistência Técnica e Extensão Rural, e agricultores familiares de uma das maiores comunidades agrícolas do Estado, o assentamento Itamarati, englobou técnicas sobre produção de mudas, cultivo, plantio e manutenção da guavira.
O curso foi realizado na sede Cooperativa dos Produtores do Assentamento Itamarati em Ponta Porã. A capacitação está inserida nas atividades de pesquisa da engenheira agrônoma da Agraer, Ana Cristina Ajalla, que há dez anos vem estudando a guavira com o propósito de preservar o material genético da mesma, reduzir as práticas extrativistas e, ainda, garantir renda aos agricultores familiares através da comercialização da fruta que é, hoje, símbolo do Mato Grosso do Sul.
Além da pesquisadora do Cepaer, Ana Cristina Ajalla, as aulas práticas também foram ministradas pelo pesquisador Edmilson Volpe. “Objetivo foi ensinar aos participantes técnicas de produção de mudas, plantio, sistemas de cultivos, adubação e controle de pragas”, disse Ajalla.
Foram semeadas cerca de 500 sementes de guavira em bandejas de isopor, a fim de obter as mudas. Há previsão que em março do próximo ano, os pesquisadores retornem para ensinar aos participantes fazer o transplantio das mudas. “Pretendemos até o final de 2018 , implantar unidades demonstrativas de produção de guavira no assentamento Itamarati”.
Uma das propostas da pesquisa é implantação de unidades demonstrativas em sítios de agricultores familiares por todo o Estado. “Hoje eu tenho uma unidade sendo cultivada que foi implantada no ano passado e, neste ano de 2017, estamos implantando outras cinco unidades”, informou a pesquisadora Ana Cristina.
O pesquisador Edmilson Volpe, afirma que a guavira tem tradição na faixa de fronteira, Brasil e Paraguai, e que a região tem potencial para a produção da fruta. “O curso é uma excelente oportunidade para incentivar a diversificação de cultivo entre os pequenos produtores rurais de Ponta Porã e municípios vizinhos”, afirmou.
O agricultor familiar Epifânio Sarracho foi um dos participantes do curso que aprovou a iniciativa da Agraer dentro do assentamento. “Eu e minha esposa já tentamos produzir mudas de guavira, mas ainda não tivemos o sucesso desejado. Com o curso e os pesquisadores da Agraer, a gente pode ganhar conhecimento e aplicar em nossos sítios para produzir as mudas e daqui uns anos ter a fruta para consumo e comercialização”, comentou.
Texto: Aline Lira/Fotos: Agraer – Assessoria de Comunicação da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural