O sabor da infância virou fonte de renda e um meio de agregar valor à produção de mandioca na propriedade da agricultora familiar Dalvina Elena. A raiz que ela mesma colhe vira um caldo com carne de sol e tempero natural de urucum, prato que leva o nome de caribéu, vendido congelado a restaurantes e mercados.
Para compreender melhor o significado cultural da receita, a agricultora familiar descobriu, ao fazer uma pesquisa, que a comida tem origem indígena.
Os terenas costumavam preparar um guisado com carne de caça e mandioca. Posteriormente, os colonizadores portugueses substituíram o ingrediente pela carne desidratada, mas o nome de origem ancestral permaneceu o mesmo.
“A minha relação com esse prato vem da lembrança de uma comida com essência e sabor nordestinos, feito por minha mãe alagoense, e que é muito parecido com o caribéu, e que naquela região ele é chamado de quibebe”, explica Dalvina.
Foi então que ela uniu o útil ao agradável. Ao invés de vender as mandiocas que colhia, passou a utilizá-las para fazer o quitute sul-mato-grossense e vende-lo semipronto em pacotes de 495 gramas. Assim, ela consegue um retorno financeiro maior.
A propriedade da agricultora familiar fica no assentamento São Pedro do Sul, no município de Terenos. Atualmente, o produto é vendido em alguns mercados naquela cidade e também em Campo Grande.
“Por se tratar de uma novidade de mercado, eu entendo que o caribéu terá uma inserção a médio prazo. Temos a perspectiva de alavancar as vendas em 2023”, pontua.
Dalvina acredita que esse aumento será possível à medida que mais pessoas passarem a conhecer o caribéu, o que deve leva-lo a cada vez mais gôndolas. “O sucesso da deliciosa oferta precisa de mais adeptos saudosistas a esse sabor inconfundível”, conclui.
Texto: Ricardo Campos Jr. – Assessoria de Comunicação Social da Agraer
Foto: Divulgação
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva