Campo Grande (MS) – Na busca por fortalecer a agricultura familiar pelo interior do Estado a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) vem buscando promover uma maior comunicação entre pequenos produtores e a direção da instituição. Uma das ações que demonstram essa busca é a reunião promovida, na última quarta-feira (25), no assentamento Itaqui, município de São Gabriel do Oeste.
A mobilização entre os agricultores familiares foi grande e a reunião contou com a participação de cerca de 110 pessoas, homens e mulheres que tiram o sustento da família a partir do manejo da terra. “Viemos aqui para ouvir os agricultores e ver como o governo do Estado pode ajudar com as atividades agrícolas da comunidade. Hoje a Agraer atende mais de 25% dos agricultores familiares de Mato Grosso do Sul, então ouvir a demanda de cada um faz parte do nosso trabalho”, disse o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini.
Projetos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), CCU – Contrato de Concessão de Uso, moradia, água, produção e comercialização, de alimentos, e solicitação de serviços de Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural, foram alguns dos assuntos pautados entre produtores e Agraer.
Todas as demandas foram registradas e deverão ser avaliadas para futuras providências. “Sou filho de agricultor, nasci no interior do Rio Grande do Sul, e pela minha experiência na área é que acredito no homem do campo”, pontuou Felini.
A reunião contou com a presença de membros do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, e servidores da Agraer, inclusive, o coordenador regional da Agraer de São Gabriel do Oeste, Ivan de Macena.
Visita Técnica
Na sequência, o dirigente da Agraer, Enelvo Felini, esteve na propriedade do casal Geomar e Judith Espíndola para uma visita técnica e reunião com um grupo de produtores de leite.
“É uma propriedade de 14 hectares sendo que dedicamos um hectare para o rebanho. Estamos com 50 cabeças e estamos com uma produção de varia de 100 a 130 litros dia. Nós começamos com 50 litros, mas com dedicação e acompanhamento da Agraer já aumentamos a produção”, explica a produtora.
Judith explica que graças ao trabalho em conjunto com o marido já foi possível comprar um resfriador de 830 litros de capacidade, além de outros investimentos feitos na chácara. “Nossa maior dificuldade no momento é o preço do leite que caiu de R$ 1,30 para 0,90. Sentimos bastante o fechamento do laticínio de Terenos e, ainda, estamos nos adaptando às negociações com outro laticínio”, afirmou.
Além da produção de leite, os dois também se dedicam ao cultivo de banana, limão, mamão e mandioca, e a criação de galinhas. Parte do que é cultivado na chácara é comercializado dentro do Pnae – Programa Nacional de Alimentação Escolar.
“O grupo de São Gabriel do Oeste está de parabéns. É um dos poucos, se não for o único, que eu não vi as vacas passando fome. Não é só uma alimentação regada à ração, mas a um bom pasto. Esse pasto bonito anima e a tecnologia empregada aqui”, disse Felini que se comprometeu em buscar alternativas para ajudar o grupo.
O grupo de produtores de leite não é oficialmente uma associação, mas o trabalho no coletivo já bem demonstrando bons resultados. “Só aqui na propriedade a gente tem vacas das raças Girolando, Holandesa e Jersey. Há uma boa assistência por parte da Agraer e a gente conta com esse olhar da diretoria da instituição”, disse Geomar.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer