Em visita ao Assentamento Estrela, no dia 12, o Diretor Executivo da Agraer Fernando Nascimento foi acompanhado pela pesquisadora do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer – Cepaer, Aline Mohamud Abrão Cezar, para conversarem com três produtores. Dois deles, Sr. Tuta e Sr. Sebastião, já cultivaram maracujá e o terceiro, Sr. Miro pretende iniciar a atividade em breve.
O grupo se reuniu na propriedade do Sr.Tuta que está preparando as covas para plantar no início de setembro. Na oportunidade, a pesquisadora da Agraer destacou a importância de levar ao campo uma muda sadia, sem o risco de estar contaminada por uma virose que pode prejudicar fortemente a lavoura. Segundo ela, o ideal era os próprios produtores produzirem suas mudas, para tal o viveiro deve ser protegido contra a entrada de insetos, principalmente pulgões, pois esses são os principais vetores da virose do maracujazeiro.
“O vírus entrou no Estado em 2010, conforme temos conhecimento. Contudo, como a cultura do maracujá está aumentando os riscos também são maiores do vírus se alastrar”, diz a pesquisadora do Cepaer Olita Salati.
A pesquisadora Aline também destacou a importância de uma adubação equilibrada, em especial, com a disponibilidade de micronutrientes, como Boro e Zinco, importantíssimos para os frutos serem bem formados. Outros pontos que foram discutidos com os produtores: o número de plantas por hectare, o espaçamento entre plantas/linhas e podas de condução e de indução de florescimento.
“O plantio de forma correta, em especial, por parte de produtores iniciantes na atividade é muito importante para que não sejam desestimulados a investirem na fruticultura, em caso de uma eventual frustração. A Agraer, certamente, estará ao lado desses produtores que se dedicam a atividade, para que persistam produzindo alimentos de qualidade para Campo Grande”, comentou Fernando Nascimento.
A Virose do Maracujazeiro
A virose do maracujá, doença disseminada em todas as áreas de produção no Brasil causa o endurecimento dos frutos, prejudicando a comercialização, pois o mercado não aceita esse tipo de produto. A doença provoca danos na produção e produtividade, com consequentes prejuízos aos fruticultores.
Com a virose introduzida no pomar, poderá ocorrer uma redução da vida útil dos pomares, de 36 para até 18 meses de produção. A doença é conhecida como endurecimento dos frutos, causada pelo poty vírus Cowp aphid-borne mosaic virus (CABMV) disseminado, principalmente por pulgões (afídeos das espécies: Aphis gossypii, Mysus persicae e Toxoptera citricidus). O vírus causa a presença de mosaico, bolhas e deformação foliar, além de provocar o endurecimento e a redução no tamanho de alguns frutos, tornando-os desvalorizados para a comercialização.
Cuidados necessários
As espécies do gênero Passiflora exploradas comercialmente não são resistentes ao vírus ou tolerantes à doença. As alternativas de manejo apenas diminuem, parcialmente, os danos provocados pelo CABMV em maracujazeiro, como por exemplo, a erradicação de plantas doenças, mudas de boa procedência, mudas de viveiros protegidos, inspeção regular do pomar, não plantar nas entrelinhas plantas hospedeiras (feijão, amendoim, ervilha, crotalária, etc) do pulgão, em pomares contaminados esperar 30 dias para o plantio de novas mudas e evitar uso de ferramentas sem os devidos cuidados de sanitização, manter entrelinhas vegetadas com gramíneas. E sempre buscar informações com técnicos da Agraer.
É para isso que a Agraer trabalha!!!
Texto: Fernando Nascimento - Diretor Executivo da Agraer
Fotos: Divulgação
Publicado por: Alcineia Santos Maceno da Silva