Campo Grande (MS) – Há três anos afastada de um dos maiores eventos agropecuários do Estado, Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) retomada participação dentro do Showtec em grande estilo, com amostra e comercialização de produtos que retratam a riqueza de produção da agroindústria familiar sul-mato-grossense. Este ano, a 20ª edição da feira, realizada em Maracaju, traz como tema central “Tecnologia é o nosso negócio”, um espaço para promover o intercâmbio de conhecimento e inovações entre a classe rural.
Com 100 m² construído, o stand da Agência também disponibilizou ao público materiais informativos sobre os serviços públicos de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) oferecidos dentro dos seus 77 escritórios municipais e dois postos avançados existentes pelo território estadual.
“Estamos participando de uma feira que abre o calendário de eventos agropecuário do Estado e do País. É a oportunidade dos pequenos produtores mostrarem a sua força através da apresentação de seus produtos e terem a chance de conhecer as inovações e conversar com os expositores de tecnologias”, evidencia Enelvo Felini.
E já no primeiro dia de trabalho, extensionistas e agricultores familiares do stand foram prestigiados pela ilustre presença da vice-governadora Rose Modesto. Acompanhada por uma comitiva de autoridades, a Chefe de Estado em exercício visitou cada uma das oito barracas que tem como linha de frente as iguarias do campo que vai desde a rica gastronomia até as bebidas artesanais.
Licores de jabuticaba, guavira, pequi, genipapo e erva mate, geléia de guavira, goiabada cascão, pamonha, molhos variados de pimenta, pão de mel, mel, doces de leite, de leite em pó, entre outras delícias caseiras.
No caso dos produtos apícolas, por exemplo, os visitantes da feira têm a oportunidade de conhecer uma das primeiras linhas de produtos que receberão o selo de identificação “Mel do Pantanal”. Produzidos pelos sócios da Alespana (Associação Leste Pantaneira de Apicultores), o mel e seus derivados já trazem nas embalagens o selo para comercialização em todo Estado, SIE (Sistema de Inspeção Estadual), mas agora aguardam uma nova certificação para reforçar a qualidade de seus produtos.
“No final do ano passado, junto com a Agraer ganhamos o prêmio de Boas Práticas, do MDA [Ministério de Desenvolvimento Agrário], em Brasília. E lá, muitas das pessoas já sabiam do selo do Mel do Pantanal e, inclusive, fizeram encomendas para nós. Você vê a confiança das pessoas e acreditamos que essa certificação será ótima para o nosso trabalho”, diz a apicultora e presidente da Alespana, Maria Silvana Veiga.
Quem também demonstra satisfação com as conquistas alcançadas até agora com o auxílio da Agraer é a produtora Mônica Gonçalves, moradora da comunidade quilombola São Miguel, situada a 75 km de Maracaju. “Com a ajuda da Agraer vamos começar este ano a produzir pamonha para a merenda escolar, através do PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar]. Se você não tem bom produto não consegue espaço, porque as crianças são exigentes, elas gostam ou não”, comenta.
Outro ponto alto do stand da Agraer é o espaço dedicado a famosa linguiça de Maracaju. Apresentada em forma de petisco, o sabor do produto foi apreciado, inclusive, pela vice-governadora Rose Modesto e sua comitiva.
A receita que faz sucesso na cidade e em todo o Estado conta com o árduo trabalho da Associação dos Produtores da Tradicional Linguiça de Maracaju (Aptralmar). Tanto que que o produto já conquistou até o selo de identificação geográfica (IG), uma certificação da procedência e qualidade para o consumidor. E do que depender da união do grupo, as conquistas não param por aí. É que no próximo mês, um grupo de associados irá ao Rio de Janeiro para divulgar o produto.
Não tão conhecida como a linguiça de Maracaju, mas chamando a atenção pelo seu colorido, a decoração do stand também é um detalhe curioso que desperta os olhares mais atentos. Com flores da espécie Helicônia, popularmente, conhecida como “bico de papagaio”, o espaço foi cuidadosamente preparado para receber o público. “São flores ornamentais produzidas pela Agraer em um experimento que já está sem sua fase final. A pesquisa é desenvolvida dentro de um espaço cedido pela Embrapa, uma parceria que vem dando resultados”, explica o coordenador regional da Agraer de Dourados, Flávio Ferreira.
É que segundo o servidor da Agraer, a pesquisa visa promover outras alternativas de produção que não sejam apenas as que passam pelo cultivo de alimentos e animais. “É um estudo que vem sendo feito pela pesquisadora Liliane Kobayashi para definir as melhores épocas de plantio dessas flores tropicais. A ideia é difundir novos cultivos, em especial para as mulheres que preferem esse segmento. Há um mercado promissor para esse tipo de planta, pois só uma aste dela varia de R$ 12 a 25,00 no mercado”.
De acordo com o experimento, a espécie se adapta muito bem ao clima de Mato Grosso do Sul. A planta também se torna interessante dentro da agricultura familiar pelo fácil manejo de cultivo, durabilidade das flores e procura no mercado. “Só com essa decoração no stand já conseguimos economizar recursos. Essas flores são bem aceitas em festas de casamento, formaturas e outros eventos. O público quer ser bem acolhido e ter um espaço bonito é algo positivo para a divulgação dos trabalhos”, observa Flávio.
Além da Agraer, o local também serviu de endereço para a Fundação de Turismo que distribuiu materiais de divulgação, sob o comando do presidente Nelson Cintra. Entre as autoridades que prestigiaram o local, também esteve presente o secretário de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Lamas, o secretário Adjunto Jerônimo Alves e o superintendente Edwin Bauer. A montagem do stand contou com a parceria da Prefeitura Municipal de Maracaju e do escritório da Agraer da cidade.
Aline Lira Assessoria de Comunicação Agraer/Foto: Dunga