A Agraer – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural realizou, nesta quinta-feira (27), a 4ª edição do Dia de Campo da Goiaba, evento que ocorreu nas dependências do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer), na Capital. Com foco em tecnologia de produção e comercialização, a programação contou com quatro estações temáticas, onde os produtores participaram de palestras sobre diversos aspectos do cultivo da goiabeira.
Na Estação 1, o engenheiro agrônomo André Luiz de Barros (Agraer de Dourados) abordou o cultivo e a análise financeira da cultura da goiaba, apresentando os custos e a viabilidade da produção. A Estação 2 trouxe o engenheiro agrônomo Antônio Heiji (Agraer de Dois Irmãos do Buriti), que explicou os tratos culturais essenciais para o desenvolvimento da goiabeira. Já na Estação 3, o biólogo Isaías de Oliveira (Agraer de Dourados) apresentou pesquisas sobre controle biológico de pragas, uma alternativa sustentável para a manutenção da saúde do pomar. Por fim, a Estação 4 foi conduzida pelo técnico Abel Bitencourt (Agraer de Dourados), que demonstrou técnicas de poda para aumentar a produtividade e a qualidade dos frutos.
O evento também contou com a participação de produtores rurais, que compartilharam suas experiências e expectativas sobre a cultura da goiaba. Júlio César Ricarte, produtor de Maracaju, destacou seu interesse em fornecer goiaba para a merenda escolar do município.
“Trabalho com piscicultura e estou iniciando na fruticultura e vi na goiaba uma oportunidade. Em Maracaju, não temos produtores dessa fruta, e toda a demanda da merenda escolar é atendida por outras cidades, como Itaporã. No ano passado, foram licitadas seis toneladas de goiaba, mas apenas uma tonelada foi adquirida e, ainda, vinda de fora. Esse evento é fundamental para trocarmos experiências e conhecermos mais sobre o manejo”, argumentou.
O produtor Gilberto Macedo, de Itaporã, relatou sua estratégia diferenciada ao produzir goiabas no período de inverno. “Optei por cultivar goiabas apenas no inverno porque percebi que nesse período elas têm menos pragas e apresentam mais qualidade. Produzo entre 1.600 e 2.000 quilos por ano, entregando principalmente para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”.
Já o diretor-presidente da Agraer, Washington Willeman, ressaltou a importância do evento para a fruticultura do Estado. “O Mato Grosso do Sul ainda é importador de frutas, mas temos condições de produzir. Aqui na Agraer, acreditamos que um trabalho de incentivo, com eventos como este, mostrando os resultados e trazendo os agricultores para conhecerem de perto o manejo e a produção, é fundamental para estimular o cultivo”, afirmou.
O chefe do setor de Transferência de Tecnologia do Cepaer, Eduardo Barreto Aguiar, enfatizou a relevância da goiaba para os pequenos produtores. “Estamos na quarta edição do Dia de Campo da Goiaba, pois essa é uma cultura bem adaptada ao clima e solo do Cerrado. Além disso, é uma fruta que se encaixa bem na pequena propriedade, permitindo uma produtividade viável para comercialização mesmo com um número reduzido de plantas. Aqui no Cepaer, temos seis variedades de goiaba, como Paluma, Pedro Sato, Tailandesa e Século XXI, sendo essas três últimas as de maior produtividade. O evento é essencial para discutir o manejo adequado e auxiliar os produtores na escolha da melhor variedade conforme o mercado que desejam atender.”
O evento contou ainda com a presença do coordenador da Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, Nivaldo Passos, a gerente do GDA da Agraer, Izabel Cristina Pereira e a chefe do Cepaer, Ana Cristina Ajalla.
Com a realização da Agraer em parceria com o Senar, o Dia de Campo da Goiaba foi uma iniciativa essencial com o objetivo de fortalecer a fruticultura no Mato Grosso do Sul, incentivando a produção local e a autonomia dos agricultores na comercialização da fruta.
Texto: Aline Lira, comunicação da Agraer
Fotos: Aline Lira e Néia Maceno, comunicação da Agraer