O que começou como passatempo promete ser uma importante fonte de renda na propriedade de Janilson Domingos, da Comunidade Quilombola Buriti. O agricultor familiar aposta na piscicultura e, com apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), trilha o caminho para futura comercialização de pacus (Piaractus mesopotamicus).
Ele trabalha há vários anos na atividade, mas embora a experiência o tivesse guiado até o momento, recentemente teve um susto: a morte progressiva de 28 exemplares. Foi a primeira vez que o produtor se deparou com um problema desse nível.
O rápido declínio o levou a buscar o auxílio imediato dos técnicos da Agraer. Segundo o produtor, o atendimento foi extremamente positivo, melhorando significativamente a qualidade de sua criação e atendendo completamente suas expectativas. “Foi excelente, produtivo e com resultado, precisamos de mais visitas por aqui”, completou Janilson.
A visita técnica foi realizada pelo coordenador da cadeia de piscicultura da GDA (Gerência de Desenvolvimento Agrário e Abastecimento) da Agraer, Tony Mauro Gomes, e pelo técnico Jefferson Araújo da Agraer em Anhanduí. Eles constataram a presença do protozoário parasita Piscinoodinium pillulare.
De acordo com os servidores, o micro-organismo já está presente no meio aquático e só prejudica a piscicultura a partir de um desequilíbrio nas condições do viveiro. Tony explica que a mortalidade em um tanque se torna alarmante quando os peixes começam a morrer de forma escalonada em uma crescente e o contato com os técnicos responsáveis deve ser imediato para análise.
“O produtor precisa comunicar o técnico para identificar as causas da mortalidade e diminuir o prejuízo”, completou o coordenador.
Além da confirmação do protozoário, também foi identificado um retardo de crescimento e uma baixa eficiência alimentar nos peixes. Os nove exemplares de peixes analisados tinham peso médio de 0,25 gramas quando deveriam estar pesando aproximadamente 900 gramas.
O técnico Jefferson Araújo explica que o produtor foi instruído a realizar o descarte do lote atual de peixes. Visto que o desenvolvimento estava comprometido, a manutenção exigiria o fornecimento constante de ração e outros aditivos, o que elevaria significativamente os custos operacionais para o produtor.
“Dado que a conversão alimentar neste cenário seria ineficiente e o tempo necessário para atingir o peso de mercado seria prolongado, o custo de produção se tornaria desproporcional ao valor de mercado dos animais”, esclareceu.
O técnico ainda comenta que o acompanhamento ao produtor é contínuo e não se limita somente à visita e solução do problema inicial. “O produtor foi orientado sobre qual o período mais apropriado para aquisição dos alevinos, bem como os cuidados essenciais para promover o bom desenvolvimento dos mesmos”, afirmou o técnico.
Tony Mauro Gomes, afirmou que em novembro, no momento do repovoamento do tanque de Janilson, a equipe técnica realizará uma nova visita ao produtor.
Texto: Maria Clara Espíndola sob a supervisão do jornalista Ricardo Campos Jr.
Fotos: Jefferson Araújo da Agraer em Anhanduí