Campo Grande (MS) – Em celebração ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, esta última segunda-feira, data da morte de Zumbi dos Palmares, um dos principais resistentes ao sistema escravocrata do Brasil Império, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) participou da sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS). A solenidade foi promovida para pautar as políticas públicas para promoção de igualdade racial e homenagear as pessoas que prestam trabalhos relevantes em torno do combate ao racismo.
O ato promovido ontem, 20 de novembro, no plenário do Palácio Guaicurus, contou com a entrega da Comenda Zumbi dos Palmares. A sessão teve como propositor o deputado estadual Amarildo Cruz.
“A Agraer presta atendimento de agricultura familiar para produtores tradicionais, assentados, índios e os negros, em especial, os das comunidades quilombolas. Nossa prestação de serviços de Ater [Assistência Técnica e Extenão Rural] busca um atendimento de qualidade igualitário, mas pontuando as demandas e respeitando o perfil cultural e as necessidades socioeconômicas de cada grupo. Participar deste ato é, também, colocar a bandeira da agricultura familiar em pauta”, afirmou o diretor-presidente da Agraer, André Nogueira.
Nogueira representou a Agraer na bancada especial dentro do plenário. Além da entrega de honrarias houve também apresentações culturais de música e teatro protagonizadas por artistas negros e militantes no combate a discriminação racial.
A mesa de honra da sessão foi composta pelo parlamentar Amarildo Cruz, o subsecretário de Políticas Públicas, Leonardo Melo, a coordenadora de Políticas Públicas de Campo Grande, Rosana Cláudia Franco, o presidente de Conselho Estadual de Direitos do Negro Lamartine José dos Santos, a vereadora Aparecida Amaral (Cida Enfermeira) e o sacerdote Ives dos Santos.
Para o proponente da sessão, Amarildo Cruz, o ato serve para evidenciar os problemas gerados pelo racismo e a relevância de trabalhos que verbalizem e norteiem um caminho de justiça e respeito na sociedade em geral. “Em nosso país temos um racismo velado que não é assumido. A criança que muitas das vezes sofre racismo do coleguinha tem de ouvir até mesmo dos pais e educadores que ser chamado de ‘neguinho’ é uma forma carinhosa de tratamento. A data de hoje tem referência e é o momento para colocar em pauta a discriminação racial e a necessidade de igualdade de direitos. Façamos dos 365 dias do ano um 20 de novembro”, observou o parlamentar.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer