Campo Grande (MS) – “No dia 12 de abril, próxima quarta-feira, às 9h da manhã, a Agraer e a Santa Casa estarão promovendo a primeira feira da Agricultura Familiar. A proposta é que a entidade hospitalar comece a comprar alimentos somente da agricultura familiar, preferencialmente, os orgânicos”, foi com esta declaração, na 1ª edição da Câmara Participativa, que o diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini, aproveitou para, em nome do governador Reinaldo Azambuja, reforçar o convite as principais lideranças da Capital para participarem de mais uma ação do executivo estadual em benefício da sociedade rural e urbana.
No que diz respeito ao evento que será realizado nas dependências da Santa Casa, o diretor presidente da Agraer garantiu que a proposta visa priorizar a saúde dos pacientes em paralelo com a geração de renda do pequeno produtor. “São contabilizadas cinco mil refeições por dia. Nossa proposta é que a entidade hospitalar comece a comprar alimentos somente da agricultura familiar, preferencialmente os de origem orgânica. Acreditamos que a qualidade dos alimentos produzidos na agricultura familiar pode contribuir com a recuperação dos pacientes”.
A 1ª edição da Câmara Participativa foi promovida na quarta-feira (5). Na ocasião, Felini destacou que o governo do Estado está aberto para diálogos de incentivo a agricultura familiar com o poder legislativo e o executivo de Campo Grande. “A hora que o município encostar mais no governo do Estado e no Federal, a gente vai reduzir consideravelmente a importação, não tenho dúvida quanto a isso”.
Em seu pronunciamento, o diretor-presidente da Agraer destacou a situação da agricultura familiar no Estado e as estratégias que a equipe do governador Reinaldo Azambuja vem seguindo para dar suporte ao setor. “Sentimos que estamos em um bom caminho, vamos entregar mais de duas mil máquinas a Agricultura Familiar, que o governo do Estado está adquirindo, junto com o governo Federal, para ajudar a agricultura familiar, e eu não tenho dúvida que com mais maquinário, tecnologia, gradativamente, Campo Grande e o Estado vai ser bem menor em importação de alimentos do que é hoje”, pontua.
O presidente da Acrissul, Jonatan Pereira Barbosa, na solenidade da Câmara Participativa, sugeriu uma proposta aos parlamentares: fortalecimento do cinturão verde da Capital. Ideia que vai ao encontro de tudo aquilo que o Executivo Estadual já vem executando desde o inicio da gestão de Azambuja, iniciada em 2015. “Quero sugerir uma proposta suprapartidária para que os parlamentares e a prefeitura criarem um cinturão verde em Campo Grande. Uma Capital como a nossa não pode importar hortifrúti. É uma vergonha para nós, com terras tão férteis, com agricultura familiar tão forte”.
Desde que assumiu a pasta, Enelvo Felini vem trabalhando junto ao governo do Estado para reduzir expressivamente os índices de importação de alimentos pela Ceasa (Central de Abastecimento do Mato Grosso do Sul). “Já reduzimos de 85% para 80% a nossa dependência de alimentos de outros estados. Contudo, sabemos que precisamos avançar mais. Para isso, buscamos incentivar os produtores, levando conhecimento, tecnologia, ou seja, dando condições, para que eles comecem a produzir mais para que possamos diminuir a importação”.
Felini, ainda, informou que dos dez principais alimentos que são postos na mesa da população sul-mato-grossense, apenas três não têm condições favoráveis ao cultivo. “Só não podemos produzir a maça, a batatinha e a cebola. Os demais a gente pode produzir em larga escala. Só em Campo Grande a Agraer conta com dez técnicos aptos para atender a agricultura familiar local”, informou.
De acordo com o dirigente da Agraer, o número de famílias agrícolas em Mato Grosso do Sul é expressivo e até mesmo a Capital está inserida nesse contexto. “Campo Grande tem três assentamentos pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], o que corresponde a 2.060 famílias. Também há três comunidades quilombolas, o que equivale a 1.332 famílias, além de duas comunidades indígenas, em torno de 50 famílias, e oito assentamentos pelo Crédito Fundiário, que representa a média de 347 famílias. Isso sem contar as famílias de sitiantes e chacareiros, ou seja, acreditamos que haja, na Capital, 1.300 famílias na zona rural”, detalhou.
Câmara Participativa – A Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) esteve presente na primeira edição do projeto “Câmara Participativa”, na qual colocou dos vereadores dentro do auditório da Acrissul, na 79ª edição da Expogrande, na Capital. A autarquia estadual, na pessoa do seu diretor-presidente Enelvo Felini, representou o governador do Estado, Reinaldo Azambuja.
Na pauta de discussões esteve o debate sobre políticas públicas para o grande, médio e pequeno produtor. Ao menos vinte apontamentos foram extraídos da sessão e serão encaminhados pelo Legislativo Municipal.
Texto: Aline Lira/ Fotos: Néia Maceno