Pesquisadores da Agraer, UEMS e Embrapa, coordenados pelo pesquisador Sandro Cardoso, publicaram os primeiros resultados, preliminares, da fase de implantação do trabalho, em parceria com Edem Agrominerais, que avalia o “Efeito do Fosfato Natural de Rocha no consórcio com Brachiária brizantha, cv piatã e leguminosas do Gênero Stylozantes, cv Bela e cv Campo Grande”.
O trabalho está sendo conduzido no Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer), em Campo Grande, no período de 2019 a 2024.
O projeto
O projeto avalia o efeito de cinco doses de fosfato natural, sendo: dose zero; 500 Kg/ha; 1.000 Kg/ha; 1.500 Kg/ha e 2.000 Kg/ha, na produção de massa seca e no valor nutricional da forragem, na concentração química dos elementos no solo e na atividade biológica do solo. No dia 29 de novembro de 2019 foi aplicado o fosfato, incorporado com grade niveladora e semeadas as espécies forrageiras. O solo previamente foi corrigido, com exceção do macroelemento fósforo.
Nessa primeira fase os pesquisadores apresentam dados parciais, analisando a produtividades do pasto e a concentração de fósforo na camada de 0 – 20 cm do solo. A produtividade foi avaliada através da matéria seca produzida.
A melhor resposta obtida indicou a produção máxima de 1.400 Kg/ha de massa seca de forragem na dose de 1.200 Kg/ha, de fosfato natural reativo de bonito na fase de implantação, período considerado de seca.
Os pesquisadores alertam que se trata de resultado de apenas uma avaliação, por isso essa dose deve ser considerada com cautela.
Concentração de fósforo de 0-20 cm
A concentração de fósforo no solo indicou tendências de crescimento linear conforme se eleva a dose de fosfato pelo método de Melhich 1 e de estabilização a partir de 1.000 Kg/ha pelo Método de Resina.
Os pesquisadores sugerem que os resultados futuros serão mais conclusivos em relação à disponibilidade de fósforo. Esse detalhe não chega a surpreender, considerando a forma lenta que o fósforo é liberado, no caso dos fosfatos naturais de rocha.
Conclusões
O FNRB eleva as concentrações de fósforo no solo e a produção de massa seca de forragem na fase de implantação da pastagem.
Os pesquisadores que participam desse trabalho são: Sandro Cardoso, Edimilson Volpe e Antonino H. D. Neto (Agraer/Cepaer), Marta P. da Silva e Rodiney de A. Mauro (Embrapa/CNPGC) e Jolimar A. Schiavo (UEMS/Aquidauana).
Ainda que preliminar, o fosfato natural aparece como uma alternativa de fornecimento principalmente de fósforo e cálcio ao solo. Os resultados preliminares sugerem um potencial promissor no uso do Fosfato Natural de Rocha de Bonito na correção de solos no Cerrado de Mato Grosso do Sul.
Os indicativos da melhor dose do produto a ser recomendada, deverão colaborar quanto a sua utilização na correção e manutenção de pastos.
Texto: Fernando Nascimento – Diretor Executivo da Agraer
Fotos: Divulgação