A manhã desta quinta-feira (13) marcou a abertura do VIII Seminário Estadual da Guavira, realizado no auditório da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Dourados. O evento, tradicional no calendário ambiental e científico do Estado, é uma realização da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) — vinculada à Semadesc e ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul — em parceria com a UEMS.
Com o tema “Bioeconomia e Mudanças Climáticas: cultivando biodiversidade e fortalecendo comunidades”, o seminário reúne pesquisadores, produtores rurais, estudantes e gestores públicos em torno de um objetivo comum: promover o uso sustentável da guavira (Campomanesia spp.), fruto símbolo oficial de Mato Grosso do Sul, fortalecendo a agricultura familiar e o desenvolvimento regional.
Durante a solenidade de abertura, o diretor-presidente da Agraer, Fernando Luiz Nascimento, destacou o papel pioneiro da instituição nas pesquisas sobre a guavira, iniciadas em 2007, e que hoje geram frutos tanto para o meio acadêmico quanto para os agricultores familiares.
“Da guavira, não é só pela questão ambiental, mas também como renda para o produtor. A gente na Agraer e na Semadesc busca rentabilidade para o produtor — para ele ter lucro, para ele ter melhoria de qualidade de vida, para ele ter acesso. O Mato Grosso do Sul hoje vive um momento esplêndido, com indicadores socioeconômicos maravilhosos: redução do desemprego, geração de emprego e qualidade de vida. Temos também desafios, como os indicadores de violência contra a mulher, que ainda precisam ser enfrentados, mas o Estado tem avançado muito. E a agricultura familiar não pode ficar fora desse desenvolvimento. A equipe da Agraer está aqui: os pesquisadores Edmilson e Ana Ajalla — que tocam o trabalho da guavira na Agraer há quase duas décadas”.
Nascimento ressaltou que o conhecimento acumulado pela equipe técnica da Agraer vem sendo compartilhado com produtores, universidades e instituições parceiras, resultando em novos estudos científicos, projetos de extensão e práticas sustentáveis aplicadas diretamente no campo.
O deputado estadual Renato Câmara, autor da lei que instituiu a guavira como símbolo oficial de Mato Grosso do Sul, destacou a relevância cultural e econômica do fruto. Segundo ele, o seminário reforça a identidade sul-mato-grossense ao valorizar riquezas nativas que carregam memória e pertencimento. “A guavira representa o nosso Cerrado, nossa cultura e nosso potencial produtivo. É símbolo de quem somos e do que podemos construir com sustentabilidade”, afirmou.
O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico da Semadesc, Rogério Bereta, parabenizou a Agraer e a UEMS pela organização e enfatizou o papel estratégico da guavira no cenário da fruticultura estadual. “A Semadesc tem trabalhado para fortalecer culturas com grande potencial — como a guavira, a laranja, a goiaba, o maracujá e o caju —, sempre com base na inovação e na sustentabilidade. A parceria entre universidades, governo e centros de pesquisa é essencial para transformar essa biodiversidade em oportunidade econômica e social”, ressaltou.
O superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa/MS), José Antônio Roldão, celebrou a integração entre as instituições e destacou a relevância da cooperação técnica para o avanço das pesquisas e práticas sustentáveis. “Esse evento mostra como é possível alinhar ciência, comunidade e políticas públicas em torno de uma pauta que une economia, conservação e inclusão”, afirmou.
O reitor da UEMS, professor Laércio de Carvalho, destacou o protagonismo da agricultura familiar e a integração de diferentes gerações no seminário. “Esse é um espaço de aprendizado e valorização dos produtos regionais, que envolvem desde estudantes do ensino médio até doutorandos. É assim que fortalecemos o elo entre pesquisa, extensão e desenvolvimento regional”, destacou o reitor, agradecendo o apoio do Governo do Estado e da Agraer.
Ciência, cultura e extensão no mesmo espaço – A programação do primeiro dia contou com o Painel 1 – Mudanças Climáticas e Impacto na Biodiversidade, com participação do engenheiro agrônomo e deputado estadual Renato Câmara, de Vinícius Banda Sperling e da professora doutora Camila Aoki (UFMS).
No período da tarde, o Painel 2 – Bioeconomia: Inovação e Conservação da Biodiversidade foi ministrado pela professora doutora Vanderlan da Silva Bolzani (Unesp Araraquara) e pelo professor doutor Ricardo Senna (Semadesc).
Paralelamente, o público pôde visitar a Feira “Pé di Guavira” – Sabores e Aromas do MS, conferir apresentações de trabalhos científicos no Brota Guavira, e participar do Concurso de Fotografia e Poemas “Guavira Sou Fã”, que celebra a identidade e a biodiversidade do Cerrado sul-mato-grossense.
Oficinas e Dia de Campo no Cepaer – Nesta sexta-feira (14), as atividades continuam no Centro de Pesquisa da Agraer (Cepaer), com um Dia de Campo sobre o cultivo da guavira e uma série de oficinas práticas voltadas à culinária, fitocosméticos e industrialização do fruto.
Guavira: fruto do cerrado e símbolo de MS – Desde 2018, o Seminário Estadual da Guavira se consolida como um espaço de integração entre ciência, cultura, extensão e economia solidária, fortalecendo políticas públicas voltadas à sociobiodiversidade e ao desenvolvimento sustentável.
A Agraer, junto à Semadesc e à UEMS, reafirma seu compromisso com a pesquisa e a inovação, apoiando a agricultura familiar e valorizando a biodiversidade que faz do Mato Grosso do Sul um estado de oportunidades e equilíbrio entre produção e conservação.
Reportagem e fotos: Aline Lira/Agraer