No coração do Cinturão Verde de Três Lagoas, um grupo de pequenos agricultores celebrou um momento significativo para a agricultura familiar. Graças a uma iniciativa articulada pela associação Aspatrês, 36 produtores receberam seus Certificados de Cadastro da Agricultura Familiar (CAF), um passo essencial para fortalecer suas atividades e ampliar o acesso a políticas públicas.
A ação foi resultado de uma parceria entre a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Cleide Prado Nogueira, agente emissora da Agraer, desempenhou um papel fundamental no processo, garantindo que os agricultores tivessem seus cadastros regularizados. Já o professor Evandro Carlos Garcia, acompanhado por seus alunos do curso de Direito, trouxe o suporte jurídico necessário, e auxilio na obtenção de documentos comprobatórios, mostrando na prática como a academia pode contribuir diretamente com a comunidade.
- Cleiton Dalastra, João Marcos de Oliveira, Evandro Carlos Garcia. Primeira CAF Emitida na força tarefa.
- Airan Afonso da Silva, presidente da Aspatrês, Marcelo Ferreira Hernandes Filho, produtor mais antigo em atividade no cinturão verde, Cleiton Dalastra.
“A parceria entre a Agraer, Aspatrês e UFMS foi muito produtiva e oportunizou aos alunos da Ação de Extensão: Prática jurídica real no Cinturão Verde do município de Três Lagoas, uma experiência riquíssima. Creio que foi uma ação muito gratificante para todos os envolvidos e que, certamente, fortalecerá a agricultura familiar do Cinturão Verde e a Associação dos Produtores Agroecológicos de Três Lagoas, a Aspatrês”, destacou o professor Evandro.
Para marcar o encerramento da força-tarefa, os agricultores participaram de uma palestra com Cleiton Dalastra, coordenador municipal da Agraer, que apresentou programas essenciais para o fortalecimento da agricultura familiar. Entre os temas abordados estavam o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que facilita a venda da produção para programas de alimentação escolar e assistencial, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garante a compra de alimentos de produtores locais, e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que oferece crédito rural subsidiado. Dalastra também ressaltou a importância do Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), na Ceasa/MS, como um espaço estratégico para os pequenos produtores.
“Iniciativas como essa, ferramenta do processo de reestruturação do Cinturão Verde, são fundamentais para fortalecer a agricultura familiar e promover o desenvolvimento sustentável da região. A parceria com a UFMS demonstrou ser um modelo eficiente, aproximando as instituições, potencializando os resultados alcançados e criando oportunidades para futuras e promissoras colaborações”, enfatizou Dalastra.
- Prof. Evandro Carlos Garcia; Acadêmicos: Gabriele Fernanda Vicentim, Giovana Lemos Rocha, Felipe Mazoti de Oliveira, Matheus Augusto Cardoso da Silva, Thaynara Almeida Martins de Souza e Ana Julia Oliveira Braz; servidora Cleide Prado Nogueira. Equipe da força tarefa.
- Cleiton Dalastra: Palestra sobre políticas públicas.
O impacto da iniciativa foi sentido não apenas pelos agricultores, mas também pela associação Aspatrês, que viu no projeto uma oportunidade para fortalecer seus membros e ampliar as possibilidades de comercialização. Para Airan Afonso, presidente da associação, a retomada da participação dos produtores nas chamadas públicas representa uma virada na história da agricultura familiar local.
“Os produtores da agricultura familiar do Cinturão Verde estão vivendo uma nova etapa importante ao retomar a participação nas chamadas públicas, o que lhes permite comercializar suas produções de maneira mais justa. Essa oportunidade reconhece o potencial dos pequenos produtores e busca reverter a vulnerabilidade que enfrentaram por anos. Com esse novo cenário, os agricultores vislumbram um futuro mais promissor, onde seu trabalho é valorizado e suas colheitas ganham espaço nos mercados locais. Essa mudança representa uma vitória coletiva que beneficia toda a comunidade, trazendo esperança de um futuro mais próspero e sustentável”, afirmou Afonso.
Além de proporcionar a formalização como agricultores familiares, a iniciativa também trouxe conhecimento sobre políticas públicas e estratégias de mercado, capacitando os agricultores para expandir suas oportunidades. A colaboração entre a academia e a extensão rural demonstrou que, quando instituições se unem em prol de um propósito comum, os resultados são concretos e transformadores. No Cinturão Verde de Três Lagoas, o futuro da agricultura familiar começa a se desenhar com mais segurança, valorização e esperança.